32 - "Rainha" pt. 2

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⚠️Pergunta da autora⚠️
Antes de começar o capítulo, eu queria perguntar: se eu reescrevesse apami e hes, sem mudar a história, só melhorando algumas partes, vocês leriam?
Eu morro de vergonha alheia, principalmente de apami, e hoje em dia minha escrita é consideravelmente melhor.
Obs.: não vou apagar as versões antigas

Isis

"Sozinha, você lutou e salvou sua vida, Isis Clay. Ninguém pode ferir uma heroína"

Eu tentei, eu juro que eu tentei abrir aquela porta de novo, mas simplesmente não abria. Tentando ser o mais racional possível nessa situação, eu peguei um lenço úmido para cobrir minha boca e meu nariz, assim eu aliviava um pouco da queimação provocada pela fumaça.

Mesmo assim, meus olhos estavam secos e irritados, eu mal conseguia enxergar, o calor era tanto que eu sentia como se meu próprio corpo estivesse em chamas. Alex se foi, eu sabia, eu havia checado seus batimentos, nada. Eu me recusava a desistir, eu não sentaria e esperaria minha morte, mas eu também não aguentava ficar em pé mais.

"Isis!"

Ouvi alguém chamar meu nome, de longe. Por um segundo pensei que era na minha cabeça, ótimo, agora eu estava delirando.

"ISIS!"

Eu reconheci a voz, mas era impossível. Tentei gritar de volta, mas minha garganta estava queimando, seca demais.

Eu ouvi um estrondo na porta, e depois outro. Com um último empurrão, a porta caiu ao meu lado. Eu suspirei e chorei sem acreditar quando vi Heitor na minha frente. Heitor estava aqui. Heitor veio por mim.

Heitor olhou em volta e arregalou os olhos quando me viu. E naquele momento, pela primeira vez, desespero transbordava dos seus olhos, claro como água. Ele olhou para Alex por um segundo, mas correu até mim. Eu pensei que ele estava me abraçando, mas Heitor me pegou no colo para me tirar de lá.

— Heitor — Falei baixo e alívio preencheu seu rosto.

— Você vai ficar bem, querida.

— Eu tentei, eu tentei impedir, eu tentei fugir e...

— Não importa, nada mais importa. Eu peguei você, nós vamos sair daqui.

Eu me agarrei ao seu pescoço enquanto Heitor me carregava para fora de lá. Em meio as chamas, ele desviou pelo caminho mais seguro. Só agora eu consegui ouvir as ambulâncias e os bombeiros, eles demoraram, mas estavam aqui.

Seis bombeiros estavam do lado de fora com mangueiras tentando apagar o incêndio, mas não estava adiantando muito. Enquanto nós passávamos pela porta, reparei que um deles estava com o nariz sangrando.

Paramédicos nos cercaram rapidamente, mas Heitor não me soltou. Eu não sabia se eu estava vendo coisas, mas seu olhar estava tão protetor, como se ninguém pudesse tocar em mim. Ele me levou até a ambulância, e me colocou sentada no degrau.

Um paramédico rapidamente jogou um cobertor em volta dos meus ombros e me deu um daqueles aparelhos para respirar. Enquanto eles me examinavam, enfaixavam meu pulso — que eu cortei quebrando o vidro —, e checavam meus batimentos, eu sentia como se estivesse em um sonho. Ou pesadelo.

Eu deliguei, parei de chorar, parei de tremer, parei com tudo. Só respondia as perguntas dos paramédicos com "sim" ou "não". Eu precisava me segurar, senão eu poderia desabar a qualquer momento.

Olhei para o lado e vi Heitor dispensando os cuidados dos paramédicos. Ele não tirava os olhos de mim, e quando terminaram de enfaixar meu pulso, ele se aproximou.

Monstros do EspelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora