Kwon Harumi ainda sonhava com os fogos de artifícios, ela escutava, em brechas que o silêncio trazia, eles borbulharem no céu, partindo de um longo assobio para a sua explosão, estranhamente reconfortante, tão distantes quanto estavam naquela tarde, abafados pelo trânsito da rua estreita que passava ao lado do hospital decadente da cidade, o quarto totalmente branco destacando a tela preta que bipava em ondas verdes, marcando os batimentos cardíacos de Fuyuki.
Ela se lembrava do ranger da cadeira quando se levantou, e da textura da testa da criança em seus lábios, ao depositar um beijo nela. Ela se lembrava até mesmo das desculpas que pedia toda noite, por mais que não soubesse para quem estava dizendo aquilo, e do desespero que algumas vozes possuíam, quando não entendiam o que ela precisava fazer para conseguir dinheiro para sobreviver.
Até o momento que as ondas da frequência cardíaca pararam, deixando uma linha da mesma tonalidade como aviso do que acabou de acontecer ali.
Ela se lembrava de como o mundo era cruel, da sua voz rouca clamando pela equipe médica que corria em direção ao quarto, da sua visão embaçada, dos olhos ardendo pela quantidade de tempo que segurou aquelas lagrimas. Ela se lembrava de abrir novamente a grande porta de madeira buscando por ar, de como questionava se aquilo tudo seria o pagamento por seus pecados, seja lá qual Deus fosse que estivesse ali. Se lembrava do terremoto que chacoalhou os quadros nas paredes, do curto período de tempo que levou para se virar buscando proteger a criança uma última vez, e do período mais curto ainda para constatar que estava em um lugar diferente, vazio, sozinha.
Talvez aquelas pessoas não a considerassem tão má se também tivessem vindo para esse mundo, quando os fogos de artifícios se misturaram com o longo abismo do nada que ela foi colocada, e seus crimes pareciam brincadeira de criança comparados com os jogos enfrentados.
Ou talvez ela apenas continuasse sendo uma má pessoa, até mesmo no inferno.
Talvez a morte fosse extremamente superestimada.
Mas de qualquer modo, nada dessas coisas parecia importar muito agora, não quando a única coisa que sabia ser real em sua frente, era seu corpo milimetricamente preso pelos destroços de da explosão, e o estranho ar que entrava em suas narinas. ela devia estar morta, essa era uma segunda coisa qual deveria ser real. Apesar de se lembrar de tanto do passado, a jogadora não fazia a menor ideia de como ainda estava viva, ou em que momento aquele corpo trajado de preto com um colete a prova de balas, que denunciava ser o rei de espadas, pode ser vislumbrado sem qualquer movimento pela fresta dos destroços que se encontrava, talvez aquela vitória fosse a verdadeira segunda coisa real daquele momento, era difícil distinguir.
𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐃𝐀 𝐀𝐔𝐓𝐎𝐑𝐀
Bem, esse é um prólogo bem curtinho apenas para darmos início a essa história! Espero realmente que curtam ela, e me encontrem aqui novamente amanhã, para lerem o primeiro capítulo (Que está maior que isso, eu juro) ♡
- 𝘋𝘦𝘷𝘰𝘵𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦, 𝘓𝘰𝘴𝘵
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𝐓𝐇𝐄 𝐑𝐄𝐀𝐋 𝐆𝐀𝐌𝐄 - 𝘚𝘩𝘶𝘯𝘵𝘢𝘳𝘰 𝘊𝘩𝘪𝘴𝘩𝘪𝘺𝘢
Fanfictionㅤ E se não houvesse como voltar para casa? Quando mesmo após conquistar todas as cartas, Harumi, o estranho garoto qual salvou depois do jogo do rei de espadas, chamado Chishiya, e as demais pessoas que conheceu, descobrem com o fim dos jogos q...