Harumi se questionou se aquela não seria a maneira mais deplorável a qual já havia fugido de um local, e constatou rapidamente, que ao menos era a primeira vez que a sua fuja não seria solitária. Era estranho olhar para os assentos do automóvel e perceber a equipe em seu em torno, a adrenalina dissipava-se entre as veias de todos de uma maneira que era até mesmo difícil distinguir a onde estavam no momento, foi em meio a gritos e ameaças, que o estranho grupo e seu mais estranho ainda, motorista, partiram para longe da nova praia descoberta naquele dia. Os sons estridentes dos pensamentos se misturavam com o motor antigo do veículo amarelo, dificultando o julgamento de se havia alguém os seguindo ou não. No fim das contas eles não conseguiram levar nada de dentro do hotel — aquela talvez também fosse a fuja mais irresponsável da morena —, mas não seria os bens materiais que os fariam serem caçados de qualquer modo, eles haviam levado o orgulho dos moradores naquele anoitecer. Após terem sido driblados pelos cinco colegas, Harumi suspeitou que a perseguição não começaria tão de imediato assim, apesar de estarem para sempre com uma caveira sobre suas costas — ela já não estava antes, de qualquer maneira?
Niragi era extremamente impiedoso, ainda mais quando alguém ousava mexer com ele. Devia estar tão raivoso que até mesmo espuma seria capaz de escapar por seus lábios.
A morte aos traidores perduraria durante o tempo que fosse necessário, com ou sem praia.
— Encosta aqui — Harumi exigiu enquanto adentravam a garagem de algum possível mercado em ruínas, sua mão levemente dormente pelo tempo que permaneceu segurando aquela arma sobre a cabeça do rapaz ainda sem nome — E desce do carro — Completou quando o silêncio foi trazido até eles com o acalmar do motor, o local repleto de veículos mortos parecia ideal para esconder aquela prova da localização dos fugitivos.
— O quê? Vocês me fazem de piloto de fuga particular, roubam minha arma, me ameaçam, e ainda querem que eu vá com vocês? — Retrucou o garoto, suas mãos, agora distantes do volante, gesticulavam de forma indignada. Seus atos pareciam desinformados da situação qual se encontrava, tendo passado boa parte da viagem reclamando ou tentando escapar, o que fazia a mulher ao seu lado se questionar se para entrar na praia agora, era um pré-requisito ter alguns parafusos a menos — E olha que eu deixei de ser taxista faz muito tempo — Murmurou, em uma reclamação mais voltada para si mesmo do que os demais no recinto.
— Eu não acho que você está em posição de fazer perguntas agora — Harumi respondeu, arrumando a pistola em sua mão. O som do metal, apesar de baixo, chegou até os ouvidos do motorista teimoso, lhe fazendo tremer — Anda logo.
No fim, talvez o homem tivesse pelo menos um parafuso bem apertado ainda em sua cabeça, o mais simples de toda a sobrevivência, que disparava o medo da morte.
Eles estavam novamente afastados do centro de Shibuya, mas ainda mais próximo dele do que do hotel, agora tão distante. Todos desceram atordoados, Harumi tentando não mancar enquanto permanecia firme com a arma empunhada, como se houvesse algum desafio pessoal em não deixar que o objeto parasse de apontar para a cabeça do homem de madeixas escuras e densas. Eles saíram do breu causado pelo telhado do estacionamento subterrâneo, a noite já dominava o céu por completo, mas ainda assim era possível observar melhor a aparência do estranho morador da nova praia, a luz da lua iluminava seu rosto comprido, o queixo levemente definido, fazendo par com o corte mullet de seu cabelo, ainda bem delimitado, apesar das circunstâncias do país qual viviam, ele bateu as mãos sobre sua jaqueta tão vermelha quanto suas calças, espantando o pó, mesmo isso também sendo inútil no lugar que estavam.
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Fanfikce㠀 E se não houvesse como voltar para casa? Quando mesmo após conquistar todas as cartas, Harumi, o estranho garoto qual salvou depois do jogo do rei de espadas, chamado Chishiya, e as demais pessoas que conheceu, descobrem com o fim dos jogos q...