𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐕𝐈𝐍𝐓𝐄 - As constelações dos teus olhos

158 20 99
                                    

     Fora estranho como aquela ansiedade começou a crescer no pequeno quarto o qual a equipe estava, ninguém ousou falar sobre ela, mas era possível vê-la rondando o corpo de todos, invisível como o vento, mas forte o suficiente para ser sentida, ...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

     Fora estranho como aquela ansiedade começou a crescer no pequeno quarto o qual a equipe estava, ninguém ousou falar sobre ela, mas era possível vê-la rondando o corpo de todos, invisível como o vento, mas forte o suficiente para ser sentida, como um vendaval, agarrando-se ao corpo de todos, brincando vez ou outra com a mão de Kuina repousada sobre a cama, e principalmente com Arisu, que dançava desajeitadamente com o ar pela sala, de um lado para o outro, fraco demais para impedir de ser levado pelo vento forte. A questão era que desde o fim dos jogos, todos os ex jogadores estavam buscando por algo que pudesse lhes salvar, qualquer mísera pista do que fazer após serem deixados cruelmente sobre aquele país, mas sempre era mais fácil imaginar algo do que de fato vivenciar, confortados pela proteção da idealização que seguia o que eles bem-quisessem. Agora eles estavam ali, diante um local que não faziam a menor ideia do que seria, poderiam até mesmo ser algo extremamente inútil, mas suas mentes jamais se contentariam em pensar apenas assim, os carregando cada vez mais para uma queda, que poderia ser incrivelmente feia.

     A vista antes de cair de um precipício sempre era bela.

     — Ou eles podem estar usando lá para sei lá, guardar equipamentos preciosos ou coisa do tipo — Harumi sugeriu, tentando abaixar as expectativas de todos na sala, apesar de nem ela mesma acreditar naquilo.

     — Tudo é possível — Arisu murmurou ainda de pé na sala, enquanto todos os outros já haviam encontrado um local para se acomodar, Usagi e Harumi sentadas na beirada da cama de casal, Yuta contentando-se com o chão em frente deles, após o seu exagero de desculpas, Chishiya optando pela poltrona ao lado, entretido no equipamento que possuía em mãos.

     — A gente só vai descobrir se for até lá — Kuina brandou, tentando novamente se levantar, desta vez sendo impedida por Usagi, que teve a mesma reação de colocar suas mãos em frente aos ombros da teimosa paciente.

     — Sim, a gente precisa, mas primeiro você tem que descansar — A mulher de madeixas curtas repreendeu — E também não podemos simplesmente chegar lá assim, temos que pensar com calma.

     — Mas... — A morena ferida ousou retrucar, logo sendo impedida pela fala ríspida de Harumi.

     — Você não pode fazer nada se estiver morta, Kuina — Aquela frase lhe soou familiar demais, um breve déjà-vu invadindo seu peito, o que parecia ter afetada igualmente a mais nova, que logo voltou a se apoiar sobre o travesseiro macio, seus olhos distantes, se lembrando de algo que por um breve momento havia se permitido esquecer.

     — A gente pode usar isso para descobrir algo — Fora a voz de Chishiya a proclamar alguma sugestão desta vez, erguendo o walkie-talkie que possuía em mãos — Posso tentar entender como eles conseguem sinal com essa geringonça, encontrar em qual rede tem alguma coisa importante — Seus olhos estavam fascinados pelo dispositivo tão comum, mas ao mesmo tempo tão especial, como se finalmente tivesse encontrado algo que realmente conquistasse sua atenção.

𝐓𝐇𝐄 𝐑𝐄𝐀𝐋 𝐆𝐀𝐌𝐄 - 𝘚𝘩𝘶𝘯𝘵𝘢𝘳𝘰 𝘊𝘩𝘪𝘴𝘩𝘪𝘺𝘢Onde histórias criam vida. Descubra agora