𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐕𝐈𝐍𝐓𝐄 𝐄 𝐃𝐎𝐈𝐒 - Museu de desastres

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     A espécie humana sempre desejou desvendar todos os segredos do universo, por mais que nem soubesse direito o que ele significava realmente, ou quantos daqueles poderia existir

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     A espécie humana sempre desejou desvendar todos os segredos do universo, por mais que nem soubesse direito o que ele significava realmente, ou quantos daqueles poderia existir. Talvez fosse mais uma daquelas coisas cravadas em seus peitos desde o dia de seu nascimento, um anseio por descobertas. As pessoas tinham medo daquilo que não compreendiam, e isso se estendia a elementos demais para que pudessem ser inumerados. A grande contrariedade disto era que eles também tinham medo daquilo que já aprenderam, ou julgavam entender, já que na prática, talvez ninguém soubesse de fato algo, era por isso que as pesquisas nunca acabavam, e ainda existiam coisas que jamais poderiam ser dadas como irrefutáveis, incertezas tão grandes quanto o pós morte e efeitos colaterais do amor.

     Harumi esteve buscando todo esse tempo a resposta para aquele mundo tão estranho, mas enquanto caminhava com Chishiya pelas sombras, agarrada ao agasalho mais limpo — considerando que o seu último estaria para sempre marcado com o sangue de Kuina — que havia ganhado de Usagi antes de sair, o vislumbre de uma nova oportunidade lhe fez de fato estremecer,  talvez houvessem coisas, que assim como algumas palavras, deviam ser mantidas ocultas, um segredo reconfortante demais para ser quebrado. Ela se questionou enquanto guiava Chishiya entre as paredes esburacadas dos prédios, se de fato estava mesmo procurando por essa verdade, ou apenas algo ao que pudesse se agarrar, assim como Yuta havia lhe dito.

     Talvez aquela sua obstinação perante a solução daquele mundo tivesse se acalmado em seu peito, pois já havia encontrado algo a que se prender, e sem dúvidas não era aquilo. Ainda assim, era difícil negar aquela impulsividade humana de sempre saber mais, principalmente quando isso era tudo que ela sabia fazer.

     — Deve ter gente da nova praia por todo lado — Chishiya murmurou quando saltaram para dentro de um estabelecimento de paredes detonadas. Eles já haviam caminhado por um tempo, distanciando-se do hotel escondido o qual os demais estavam, se afastando do peso que aquele ambiente trazia para os ombros de Harumi. Vez ou outra puderam avistar pequenas formas em trajes de banho, vagando por aí, sedentos por algo que pudessem encontrar, com sua natureza humana multiplicada em mil vezes — Como vamos fazer?

     — Não podemos ir caminhando até lá, é muito longe — Harumi cochichou, seus olhos fixos na paisagem além da janela de vidros quebrados, apesar de não ter avistado mais ninguém depois que uma garota de biquíni vermelho atravessou a rua — Precisamos de algo que não chame tanta atenção para nos levar — Completou, pensando por um instante — Uh, tinha uma moto que eu fui até vocês, devo ter deixado ela próxima àquela casa que a gente tava antes — Sugeriu, ocultando o fato que utilizar a palavra "deixado" era um termo mais gentil para dizer que praticamente arremessou o veículo em meio a adrenalina do momento, ela sabia que aquilo não teria a destruído, de qualquer forma.

     — É uma boa — O rapaz concordou — A gente precisa se afastar mais um pouco antes de fazer qualquer tipo de som mesmo, para não levantarmos suspeitas pro hotel — Seus olhos se desvencilharam do horizonte mórbido a sua frente, voltando a olhar para sua dupla — Acha que demora muito daqui até lá?

𝐓𝐇𝐄 𝐑𝐄𝐀𝐋 𝐆𝐀𝐌𝐄 - 𝘚𝘩𝘶𝘯𝘵𝘢𝘳𝘰 𝘊𝘩𝘪𝘴𝘩𝘪𝘺𝘢Onde histórias criam vida. Descubra agora