𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐐𝐔𝐈𝐍𝐙𝐄 - Querer ou necessitar

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     Chishiya, na maioria das vezes, sabia o que fazer, era assim que ele havia sobrevivido naquele país dos jogos, carregando consigo uma verdade que talvez no “antigo mundo” não possuísse tanta certeza assim

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     Chishiya, na maioria das vezes, sabia o que fazer, era assim que ele havia sobrevivido naquele país dos jogos, carregando consigo uma verdade que talvez no “antigo mundo” não possuísse tanta certeza assim. Era como funcionava, ter um plano, e um segundo plano caso o primeiro falhasse.

     Ele precisava estar sempre um passo a frente.

     Precisava se priorizar como fazia em qualquer mundo que fosse, apesar das circunstâncias diferentes.

     O fato era que ele já havia visto coisas demais para se assustar com algo que não era, nada mais nada menos, que a essência do ser humano.

      Era quase irônico como um simples jogo, um simples último jogo qual participou, podia ter girado tão brutalmente uma chave em seu cérebro, o platinado se sentia flutuando, mas não da forma bela e apaixonante como alguns poetas poderiam descrever, ele apenas se sentia suspenso, sobrevoando o seu próprio corpo, perdido nas diversas questões que manteve tanto tempo guardadas na gaveta mais profunda de seu cérebro, que eram até mesmo difíceis de se alcançar.

     Chishiya se sentia um tolo.

     Um mero invejoso por tudo aquilo que sempre criticou.

      O rapaz havia feito mais planos após a sua descoberta, apesar das diversas possibilidades impostas pela proximidade do fim iminente, era plausível planejar o que faria caso voltasse a seu antigo mundo, ou seja lá o que esse novo lugar era, para poder denominar o seu antecessor. O que ele mudaria? O que ele deixaria do mesmo jeito?

     Fora apenas quando a voz feminina e robótica ecoou pelos arredores, anunciando estarem fadados a permanecer naquele país dos jogos, que ele percebeu que não havia feito tantos planos assim para caso não pudesse voltar.

     Naquele dia, Chishiya pela primeira vez não teve um plano.

     Vez ou outra aquele discurso ainda retornava em sua mente, matutando, recocheteando em seu crânio, emaranhado pelas diversas teorias que havia feito, o resquício de choque que ainda lhe perseguia, e uma calmaria recorrente que tentava apaziguar todos os elementos. Ele precisava apenas ter um plano, precisava apenas aplicar suas novas descobertas em sua vida, e descobrir o que estava acontecendo, não era o fim do mundo.

     Era?

     O mais engraçado é que ainda assim, apesar dos fogos explodindo sobre sua cabeça, o discurso estranho ecoado pelos quatro cantos de Shibuya, havia sido o surgimento de Harumi em sua vida que lhe fez sentir, pela primeira vez, que não fazia ideia do que diabos deveria fazer.

     A resposta da mulher no dia que se conheceram ecoava vez ou outra por seu cérebro: "acho que eu quis tentar algo diferente", uma cópia tão perfeita de sua frase, mas, ao mesmo tempo, tão diferente, um peso totalmente oposto do seu. Ele desejava saber o que havia lhe feito mudar da água para o vinho como ele, o que ela teria enfrentado? Quem a fez decidir salvá-lo?

𝐓𝐇𝐄 𝐑𝐄𝐀𝐋 𝐆𝐀𝐌𝐄 - 𝘚𝘩𝘶𝘯𝘵𝘢𝘳𝘰 𝘊𝘩𝘪𝘴𝘩𝘪𝘺𝘢Onde histórias criam vida. Descubra agora