𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐕𝐈𝐍𝐓𝐄 𝐄 𝐓𝐑𝐄𝐒 - A verdade

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     Chishiya se inclinou para baixo quando esticou suas mãos para tocar a maçaneta dupla de ferro no exato momento que a lua ousou demonstrar, apesar das diversas estrelas ao seu redor, seu primeiro cintilar tão solitário, consequência do imenso ...

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     Chishiya se inclinou para baixo quando esticou suas mãos para tocar a maçaneta dupla de ferro no exato momento que a lua ousou demonstrar, apesar das diversas estrelas ao seu redor, seu primeiro cintilar tão solitário, consequência do imenso breu que era proporcionado principalmente em lugares como aquela floresta tão estranha. Harumi deslizou seus olhos do novo walkie-talkie que agora possuía em mãos para as de Chishiya, que se enroscaram firmemente no metal enferrujado do alçapão do bunker, ele insistiu em abri-lo algumas vezes, puxando, girando, tentando alguma sequência maluca, talvez mais motivado pelo ceticismo da garota ao seu lado do que realmente por achar que força bruta funcionaria com aquilo. Fora apenas após a terceira tentativa que ele se afastou, olhando em volta uma última vez antes de buscar o conforto de sua lanterna, indignado com a luz fraca que o satélite natural acima de suas cabeças lhes proporcionava.

     — Tenta achar algum cartão, alguma coisa — Chishiya sugeriu, se aproximando do corpo baleado de alguns minutos atrás e ignorando o esfriamento tão veloz de seu corpo.

      Harumi se aproximou delicadamente do segundo cadáver, o sangue ainda escorrendo por seu pescoço, apesar dela não saber se ele estava mesmo descendo do ferimento mortal, ou era apenas alguma brincadeira sem graça da noite que lhe causava aquela ilusão. A morena empurrou o rapaz com o pé, vendo sua carcaça sem vida rolar para o lado, lhe possibilitando vasculhar seus bolsos traseiros. Por um momento em toda aquela ação, ela desejou poder sentir algum tipo de pena por aquela pessoa, mas desejos assim eram difíceis de serem concedidos a alguém que a tanto tempo não sabia mais o que era aquilo, ainda mais em um país como aquele, onde a noite, um dia tão temida por muitos, era menor dos seus problemas, se considerado a embarcação vazia que todos velejavam, possuindo um coração batendo em seu interior ou não.

     Após uma rápida procura não havia sido encontrado nada nos bolsos do rapaz esguio das foices, mas fora ao virar seu corpo para cima novamente que Harumi se deparou com algumas cartas de baralho jogadas sobre o seu sangue, amassadas entre a devastação da morte, e a vitalidade da grama que crescia abaixo delas.

     — Encontrou alguma coisa? — Chishiya questionou, buscando por outro foco depois de não achar nenhum item importante no homem que investigou.

     — Nada demais — Harumi respondeu, olhando sem muito fascínio sobre as cartas triviais, suas mãos sujas de sangue deixando suas digitais sobre alguns dos papéis grossos quando pegou aquele conjunto embaralhado — Deviam estar jogando cartas.

     — Deixa eu ver — O platinado pediu, aproximando-se com sua lanterna. Harumi lhe passou uma das cartas, que fora analisado por ele de maneira minuciosa, seus dedos tão manchados quanto os da garota, esticando-se para jogar o objeto para longe após algum tempo desperdiçado.

     Ou ao menos fora o que Harumi pensou, hipótese esta que se intensificou mais quando o silencioso rapaz solicitou mais uma peça do punhado que ela possuía em mãos. A luz da lanterna atravessou o material branco do baralho quando Chishiya a levou para baixo da carta, observando seu brilho censurado atravessar pelo material, fazendo com que fosse possível examinar seu interior quase inexistente, afinal, era um objeto plano, uma folha. O homem repetiu aquela ação tão peculiar em mais algumas cartas, jogando uma após a outra sobre a grama ao seu redor.

𝐓𝐇𝐄 𝐑𝐄𝐀𝐋 𝐆𝐀𝐌𝐄 - 𝘚𝘩𝘶𝘯𝘵𝘢𝘳𝘰 𝘊𝘩𝘪𝘴𝘩𝘪𝘺𝘢Onde histórias criam vida. Descubra agora