𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐒𝐄𝐈𝐒 - A nova praia

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     A voz robótica continuava a falar e falar, fazendo a cabeça de Harumi tentar recolher as informações rapidamente e organizá-las, a jovem adulta se questionou se não poderia simplesmente desistir e ir embora dali

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     A voz robótica continuava a falar e falar, fazendo a cabeça de Harumi tentar recolher as informações rapidamente e organizá-las, a jovem adulta se questionou se não poderia simplesmente desistir e ir embora dali.

     — Truco? Que jogo é esse? Eu nunca vi em minha vida — Comentou o garoto esguio se aproximando dos demais, sua voz sendo a primeira no recinto após muito tempo escutando apenas o timbre virtual. Suas mãos tremiam, e ele parecia possuir apenas um pouco mais de noção da situação do que a novata garota.

     — É um jogo popular no Brasil — Explicou o homem barrigudo, se divertindo com os arredores do bar do local, sua camiseta azulada presa por dentro da calça jeans, segurada pelo cinto de couro, por mais que não precisasse dele. Cada vez mais ele parecia realmente ser dono de um bar, com uma procedência bem duvidosa.

     O telão continuou seu discurso na frente dos quatro desafiantes, ele explicou sobre manilhas, sua força a partir do naipe, explicou em que momento se poderia falar truco — não haviam muitas regras quanto a isso — e fazer a partida passar de um ponto para três, falou de aumentar a aposta, subindo para seis, depois para o nove. A cada novo tópico Harumi sentia que seu corpo se aproximava mais e mais da tela, buscando não perder nenhuma daquelas valiosas informações, era difícil manter a calma, mas ela esperou pacientemente, acreditando que após acabar com aquilo, teria mais propriedade para fazer algumas perguntas. Ela levou sua mão para o encosto de uma das cadeiras, deslizando e sentindo a textura do objeto, como se nem estivesse dando atenção às falas da voz robótica, escondendo o fato que talvez se deixasse sua mão livre, sem uma distração, pudesse tremer tanto quanto o jovem mais afastado deles.

     — Eu não estou entendendo nada — Murmurou o ansioso garoto, apesar de não olha-lo, a morena podia sentir sua inquietação, virando a cabeça para todos os lados, procurando respostas, ajuda — Vou procurar outro jogo — Continuou, se dirigindo até a porta.

     — Não sabe as regras? — O homem de bigode se pronunciou pela primeira vez desde que entraram naquele recinto — Se você abandonar o jogo, você morre — Disse de forma tranquila, aproximando-se da mesa.

     A mão de Harumi parou bruscamente de se movimentar pela cadeira.

     — Se você perder morre, e se abandonar morre — Continuou o moreno — Então acho melhor prestar atenção na explicação, e tentar vencer.

     O silêncio se fez presente, sendo quebrado apenas pela voz feminina do telão, todos escutaram atentamente as explicações, por mais que os dois homens mais velhos já parecessem saber jogar e Harumi ser uma ótima mentirosa. Quando o robô terminou suas, fora possível escutar o jovem loiro engolir em seco, a mulher precisou se segurar para não repetir a ação. Ela sentia sua visão turva, seu corpo estático na mesma posição com a mão sobre o encosto do objeto de madeira, sua mente se questionando incessantemente sobre o que aquele "bigodudo" quis dizer com morrer. Um jogo não poderia te matar, não daquele jeito, não é?

𝐓𝐇𝐄 𝐑𝐄𝐀𝐋 𝐆𝐀𝐌𝐄 - 𝘚𝘩𝘶𝘯𝘵𝘢𝘳𝘰 𝘊𝘩𝘪𝘴𝘩𝘪𝘺𝘢Onde histórias criam vida. Descubra agora