"Você tenta me expulsar, mas eu sempre acabo encontrando meu caminho de volta.
— Lana Del Rey".— Você tem certeza que não quer que eu te acompanhe? – Austin me pergunta, deixando um beijo no topo da minha cabeça enquanto me olha através do espelho.
Estava sentada na penteadeira, finalizando minha maquiagem. Já era sábado à noite, e, daqui a algumas horas, a exposição começava, e Sofia tinha um compromisso absurdo com a pontualidade.
— Tenho, sabe como Sofia é – digo, casual, enquanto finalizo o contorno.
— Como ela me odeia, você quis dizer – Austin diz descontraído, e até da uma risada, mas sei que estava falando sério. Sofia deixava bem claro que não gostava dele, assim como não gostava de todos os outros. Nunca chegou a tratá-lo mal, mas também nunca foi a mais simpática de todas. – Mas tudo bem, amor. Eu ainda posso buscar vocês.
Fecho os olhos e aperto o pincel com força quando ouço aquele apelido, sentindo o peito de contrair em uma dor agonizante.
— Austin – o repreendo, querendo ignorar o fato de como aquilo me incomodava. Amor era a forma que ela me chamava, e eu não suportava ouvir a mesma palavra saindo da boca de qualquer outra pessoa. Não suportava não ouvir aquilo com o tom feminino e rouco. Não ouvir com o tom dela.
Óbvio que não contei a ele que aquele era o motivo, mas, sabendo que me incomodava, ele se desculpa com um gesto com as mãos, e eu maneio a cabeça, concordando. Se fosse ficar brava por todas as vezes que ele faz isso, nem estaríamos juntos mais. – Ainda vou aceitar a carona, porque não sei se vou dar uns goles em algo para beber, e não confio em carro de aplicativo altas horas da noite.— Vou deixar vocês lá e ir para casa da minha mãe, aí você me liga quando estiverem saindo – eu concordo, e Austin espalma as mãos. – Já está pronta?
— Sim! – Me levanto da cadeira após conferir meu rosto, e puxo a bolsa de ombro comigo. – Vamos, Sofia já deve estar impaciente.
Ela não estava. Muito pelo contrário. Sofia se encontrava sentada no sofá, mexendo no seu telefone com um sorriso no canto dos lábios. Eu estranho o comportamento, e até chego a arquear uma sobrancelha, mas tal reação é deixada de lado quando ela percebe nossa presença, e se levanta com um sorriso maior crescendo no rosto.
Ela usava uma calça jeans de lavagem clara com alguns rasgos ao longo da perna, e uma blusa branca comum por baixo da jaqueta preta. E sua câmera estava pendurada pela corda em seu pescoço.— Você ficou perfeita nesse vestido – ela elogia, antes de arquear a sobrancelha para Austin. – Você também vai?
— Não, Sofia – ele responde, pacientemente. – Vou apenas levar vocês.
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Em Outra Vida, Talvez?
FanfictionTalvez sejamos a pessoa certa, na hora errada. Um romance adolescente. Um término indefinido. Um amor interrompido. Já haviam se passado 10 anos desde que Camila a vira, e, embora tenha seguido com sua vida sem ela, as lembranças sempre a assombrar...