Talvez sejamos a pessoa certa, na hora errada.
Um romance adolescente. Um término indefinido. Um amor interrompido.
Já haviam se passado 10 anos desde que Camila a vira, e, embora tenha seguido com sua vida sem ela, as lembranças sempre a assombrar...
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"E você, como uma luz neon Brilhando através de uma porta que não consigo manter fechada E você, como uma pedra rolando Sempre construindo cidades sobre os corações que você partiu — Miley Cyrus"
Eu desço o olhar até os lábios de Lauren outra vez antes de me afastar, mesmo que tudo o que eu queria era cessar esses dez anos de afastamento. Porém, se em relação a isso nós ainda éramos as mesmas, eu sabia que funcionavamos melhor à base de vontade. Quanta mais vontade tínhamos, melhor o resultado ficava.
Quando a vontade de beijar ela novamente chegou? Ela foi embora em algum momento ou só ficou apagada?
— Vamos? – Eu pergunto, olhando para Lauren por cima do ombro. Ela negava sutilmente com a cabeça pra mim, com um sorriso meio torto nos lábios, exatamente como fazia quando eu a provocava em algum lugar que realmente não podíamos fazer nada.
No fim, Lauren ergue as sobrancelhas, aceitando.
— Vamos – ela me ultrapassa, mudando o cabelo de posição. – Mas eu mudei de ideia em relação ao lugar.
— Pra onde vamos agora? – Eu pergunto, seguindo caminho ao lado dela.
— Se lembra daquela praia perto de onde Miley morava? Aquela mais afastada – eu concordo com a cabeça. É claro que eu me lembrava, vivíamos lá. – Vamos pra lá, fiquei rodeada de pessoas a manhã inteira para ir até a praça agora.
Outra coisa que gostava em Lauren era sua atitude de tomar decisões. Com Austin, tudo era "o que você quiser", "o que você achar melhor", "qualquer coisa está bom pra mim". Resumindo, tudo eu quem tinha de decidir.
— Sua amiga ainda mora lá? – Eu pergunto, enquanto passamos pela porta principal.
— Da última vez que conversei com a Miley, a uns 4 anos atrás, ela já tinha se mudado a muito tempo – eu retiro as chaves da minha bolsinha enquanto a escuto, e puxo a porta que não era lá muito leve até fecha-la totalmente. – Se mudou para Malibu com o cara que ela se casou.
— Ela se casou? – Eu pergunto, surpresa, e Lauren concorda. – Meu Deus, pensei que ela ia ser pra sempre da vida na farra.
— Eu fiquei tão surpresa quanto – volto a guardar as chaves, e sigo o caminho com ela outra vez. – Mas bem, acho que todo mundo que eu conversava se mudou daqui, ou perdemos contato ao longo dos anos.
Não andamos nem cinquenta metros e Lauren, casualmente, contorna uma BMW X6 branca tão limpa e polida que parecia ter sido comprada a minutos atrás. Até os pneus estavam limpos. Ela provavelmente aperta no controle do carro, pois ele faz aquele barulho de destravamento, e ela abre a porta em seguida.
