Talvez sejamos a pessoa certa, na hora errada.
Um romance adolescente. Um término indefinido. Um amor interrompido.
Já haviam se passado 10 anos desde que Camila a vira, e, embora tenha seguido com sua vida sem ela, as lembranças sempre a assombrar...
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"É melhor do que eu jamais imaginei Eles dizem que o mundo foi feito para dois Só vale a pena viver se alguém está amando você E, amor, agora você é amado — Lana Del Rey".
Lauren estava realmente ali, na ponta do parapeito de vidro, com sua câmera nas mãos, posicionada na altura do seu rosto e apontada diretamente para a lua encima do mar. Sua fase nessa noite era cheia, e mesclada com a água, proporcionava uma paisagem quase que perfeita. Ela ajeitava o zoom da câmera, e sua concentração parecia inabalável. Eu sorrio com a cena, e retiro rapidamente meu celular do bolso da calça jeans para tirar uma foto dela exercendo o que ela mais amava fazer. Linda. Muito mais que linda.
Ouço o som das fotos sendo capturadas por sua câmera, e Lauren altera minimamente o ângulo às vezes, até que se dá por satisfeita, e abaixa a câmera, ainda de costas. Vejo quando ela leva um cigarro que eu não havia percebido entre seus dedos até a boca, e assim que ela o traga, eu sinto o cheiro do que estava longe de ser tabaco.
— Ainda fuma com frequência? – Eu pergunto, para chamar sua atenção, e Lauren abandona atenção das fotos que ela estava conferindo para olhar para trás.
— Para ser sincera com você, bem mais do que antes – ela ri baixinho, e eu me aproximo dela, para a deixar um selinho. – Espero que ainda não se importe.
Ela traga novamente o baseado, mas deixa que a fumaça saia para o lado contrário ao que eu estava.
— Não – sou honesta, a contornando para conseguir apoiar minhas mãos no parapeito e enxergar a vista. – Aqui é tão lindo, meu Deus.
— Estou a quinze minutos aproveitando dessa vista – vejo, pelo canto do olho, Lauren dar um último trago antes de apaga-lo. – Sofia já entrou?
Eu concordo com a cabeça, me perdendo por um instante ou outro naquela bola brilhante no céu. Não entrava na minha cabeça que a lua conseguia ser tão magnífica. Havia incontáveis estrelas no seu, mas, ainda assim, ela conseguia ser a rainha da noite.
— As vezes tenho a impressão de que a lua nasceu para ser casada com o mar – eu comento, dispersa da realidade. – É quase uma miragem de tão linda. Não acha?
Lauren não me responde, e eu começo a me desprender da paisagem quando sua voz me faz falta. Faço menção de virar para trás, mas sou impedida pela sua mão.
— Não se mexa – eu ouço sons de fotos sendo tiradas no segundo seguinte, e tenho vontade de rir.
— Meu Deus, isso me deu tantos déjà-vus – Lauren tira a mão de mim, e eu imagino que posso me virar.
