Capítulo 14 - Rompimento e recomeço.

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"Eu acho que já vi esse filme antesE eu não gostei do finalVocê não é mais minha terra natalEntão, o que estou defendendo agora?— Taylor Swift"

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"Eu acho que já vi esse filme antes
E eu não gostei do final
Você não é mais minha terra natal
Então, o que estou defendendo agora?
— Taylor Swift".

É óbvio que eu me arrependi no mesmo segundo em que aquelas palavras saíram da minha boca. E é óbvio que Austin teve reação perante a elas. Ele me olhou por uns cinco segundos, desacreditado de que eu havia dito aquilo, e, em seguida, soltou uma risada nasal, no mesmo humor, e sem aviso prévio nenhum, ele avançou contra mim e me devolveu aquele empurrão. E, embora ele seja muito magro, ainda era mais forte que eu. Ainda estava com mais raiva que eu. E tudo resultou em meu corpo sendo arremessado contra a parede. E o impacto foi tão forte, que fez um dos quadros que estava pendurado na parede cair no chão. Por sorte, não fora o de vidro, caso contrário, ocasionaria barulho suficiente para Sofia se alertar lá encima e eu ter que explicar. Explicar que aquilo foi culpa minha.

Eu não deveria ter dito aquilo. Eu nem sei o porquê disse aquilo.

No fim, Austin saiu, batendo a porta com força, e isso sim fez Sofia descer as escadas com pressa. Eu ainda estava escorada na parede, sem reação, e o quadro ainda estava caído do meu lado.

— Kaki? – Seus olhos estavam arregalados. – O que aconteceu?

Preciso piscar algumas vezes para voltar à realidade e rapidamente negar com a cabeça, abanando a mão como se dissesse para ela não se preocupar. Aquela pouca movimentação faz minha cabeça doer, e sei que é pela pancada.

— Acho que eu disse algo que não devia, Sofi.

Minha irmã tenta, mas eu me livro de explicações, apenas coloco o quadro no lugar e digo que irei tomar um banho, pois minha cabeça parecia que iria me matar –o que era verdade–, e peço que ela não me incomode.
Meus sentimentos estão eclodindo dentro de mim enquanto eu subo as escadas e atravesso o corredor, e quando finalmente entro no quarto e fecho a porta, eles explodem. Uma onde de choro compulsivo chega, e ter que ser o mais silenciosa possível ao desabar faz minha cabeça doer ainda mais.
Eu corro até meu banheiro, e busco o primeiro frasco de remédio que encontro. Minhas mãos tremulas fazem mais de duas cápsulas caírem sobre minha palma, mas eu não me importo, e enfio todas as quatro na garganta, dando um gole na água da torneira para que possam descer mais rápido.

Eu me encaro no espelho, e meu reflexo me assusta. Meus olhos estão inchados, vermelhos, umidos e borrados pelo rímel. Meu rosto está ruborizado, meu cabelo denuncia que algo anormal aconteceu, e, de frente, eu já consigo ver o quão meus ombros estão vermelhos.

— Meu Deus...

Austin tinha mesmo o direito de me empurrar e me apertar dessa forma mesmo depois de eu ter dito o que disse? Eu tinha direito de falar aquilo para o meu namorado? Eu sentia mesmo aquilo?

Em Outra Vida, Talvez?Onde histórias criam vida. Descubra agora