Capítulo 07 - Alcoólatra.

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"Meus vizinhos pensam que eu sou loucoMas eles não entendemVocê é tudo que eu tive— Bruno Mars"

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"Meus vizinhos pensam que eu sou louco
Mas eles não entendem
Você é tudo que eu tive
— Bruno Mars".

San Diego | Passado.

Não sei ao certo se estou sonhando, ou se minha mente ainda está a mil com o filme que terror que eu tinha assistido antes de dormir, mas há um som estridente e insistente ocupando minha mente. Eu abro os olhos com dificuldade, e demoro alguns segundos para me situar de que estou em meu quarto, e que eu estava dormindo a alguns segundos atrás.
Olho para os lados, e minha mente confusa me faz acreditar que é uma boa ideia buscar a origem do som no escuro. Mais alguns segundos se vão até que eu perceba que há algo vibrando embaixo do meu travesseiro, e que, provavelmente, era meu celular. 

Eu coloquei algum despertador sem querer?

Quando pesco meu telefone lá de baixo, não é a tela do despertador que brilha, e sim o número e nome de Camila. Ela estava me ligando. Será que eu esqueci que íamos fazer alguma coisa? Não. Tenho certeza que não.

— Alô? – Eu pergunto, ainda um pouco desnorteada, coçando meus olhos.

— Laur? – Sua voz vem abafada. – Onde você está?

Eu franzo o cenho com a pergunta, afastando o celular da orelha para verificar as horas, e a resposta me confunde ainda mais.

— Amor, são 2:26 da manhã – eu resmungo no telefone. – Estou em casa. Aconteceu alguma coisa?

A princípio, penso que ela só não conseguiu dormir, e, achando que eu estava acordada, resolveu me ligar, mas então, ouço um soluço, e é como se ele fosse um pó mágico para me fazer despertar completamente, e conferir o horário outra vez, para ter certeza de que não estou imaginando coisas.

— Camila? – Eu me sento na cama. – Você está chorando?

— Você pode ficar no telefone comigo? – Sua voz embriagada me desconforta. – Por favor.

Eu me levanto, apressando meus passos até o interruptor de luz. A claridade machuca um pouco dos meus olhos, mas eu tento tornar isso a menor das minhas preocupações enquanto traço um caminho até a janela do meu quarto, a fim de me debruçar na janela e conferir se o carro dos meus pais estava na frente da casa. O meu havia ido para o conserto a mais de um mês atrás.

Estava ali.

— Você está em casa? – Pergunto, indo de encontro ao meu closet, para puxar o primeiro moletom que encontrasse.

— Estou.

— Estou indo.

Assim que desligo a chamada, levo no máximo cinco minutos para vestir o moletom, calçar um sapato qualquer e buscar a chave do carro da mesinha de centro do hall de entrada de casa. Eu sabia muito bem o que aquela ligação significava. Sempre era o mesmo motivo. Sinu, a mãe de Camila.
As duas tinham brigas constantes, onde, em sua grande maioria das vezes, as coisas esquentavam até sairem do controle, e Sinu deferir um tapa ou um empurrão em Camila.

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