Capítulo 29 - Quarto de hospital.

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O corredor de espera se tornou área de tortura

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O corredor de espera se tornou área de tortura. Eu andava para um lado e para o outro incansavelmente, roendo as unhas e conferindo as horas a cada minuto que se passava, na esperança de que os trinta minutos que a enfermeira nos pediu magicamente adiantassem.

— Lauren, você está me deixando nervosa – Sofia, que estava sentada em uma das cadeiras chama minha atenção. – Se sente, por favor.

Ela estava com as pernas cruzadas, para esconder a tremedeira que a direita tinha.

— Estou nervosa – digo o óbvio, conferindo as horas novamente. – Demora tanto assim para buscar uma resposta?

— Eu também estou nervosa, mas você está me deixando mais nervosa – Sofia diz, e eu vejo o medo em seus olhos. Isso me faz suspirar fundo e me obrigar a sentar ao seu lado. – Ela estava muito bem o caminho inteiro.

— Ela tem tido desmaios constantes? – Eu pergunto, olhando diretamente para Sofia, que nega com a cabeça.

— Não, ou pelo menos não que eu saiba – ela passa as mãos pela calça jeans, provavelmente se livrando o suor pelo nervosismo. – Ela só tinha algumas quedas de pressão quando não comia direito, mas era bem raro, e nunca chegou a um desmaio. Era mais simples, sabe? Como quando você levanta e a pressão cai mas volta rápido.

Eu assinto, tentando não demonstrar o quanto aquela resposta me deixou ainda mais nervosa. Se não era normal, provavelmente é porque tem algo errado. Penso em fazer outras mil perguntas para Sofia, mas sei que meu nervosismo vai acabar passando ainda mais para ela, então, prefiro me manter calada. E, como um anjo enviado dos céus, no segundo em que eu decido colocar a unha na boca outra vez para impedir as palavras de saírem, meu telefone toca, e o número de Ally brilha na tela, me fazendo sentir uma onda de alívio enorme.

— Eu já volto, Sofi – digo, já me levantando. – Se alguém chegar, me chame, vou estar perto do banheiro.

Sofia concorda, me dizendo que poderia ir sem preocupações. Eu dou passos apressados pelo corredor, até chegar perto das portas dos banheiros, onde a movimentação de pessoas era nula.

— Lauren? – Ally diz, do outro lado da linha. – Acabei de ver sua mensagem falando que estava indo para o hospital, o que aconteceu?!

Eu conseguia ouvir a preocupação no seu tom de voz, e só então me dou conta de que não especifiquei o que estava vindo fazer no hospital.

— É Camila – eu apoio meu corpo na parede. – Ela desmaiou do nada e trouxemos ela para o hospital.

— Nossa, e ela está bem agora? – Ouço o som de uma porta se fechando do outro lado da linha.

— Não sei, estou até agora esperando alguém nos chamar – eu desconto meu nervosismo no tom de voz. – Meu cabelo está ficando em pé com isso.

— Fica tranquila, Laur, as vezes pode ser apenas uma queda de pressão, ou ela pode não ter se alimentado direito hoje, ou então seja estresse. Você não falou sobre aquelas brigas que aconteceram com o ex-namorado dela? E agora tem a questão de Sofia e Nova York. Pode ser isso.

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