Capítulo 21

607 66 59
                                    


Todos nós precisamos daquele alguém
Que te entende mais do que ninguém
Bem quando você mais precisa
Todos nós precisamos de uma alma que podemos contar
Um ombro para chorar
Um amigo para os altos e baixos

Ava Max & Alan Walker - Alone


Mia

Alguns dias haviam se passado e as coisas naquela fazenda estavam cada dia piores, Eddie e Dan resolveram se mudar pra casa principal e a convivência ali dentro ficou impossível. Edigar a todo momento me jogando indiretas sobre eu ser hipócrita e mentirosa, eu já estava ao ponto de mandar ele pro inferno.

Se tornava pior quando Max vinha me visitar, Edigar não saia do meu pé estava pior que o meu pai, ficar sozinha com ele era impossível em todo lugar que nós estávamos Eddie também estava. Não queríamos ter um relacionamento sério, mas eu sintia uma vontade incontrolável de ficar com Max, depois da primeira vez que transamos a gente decidiu esperar pra sabermos diferenciar o nosso sentimento amoroso, de atração.

E eu não queria machucar os sentimentos do Max, ele é importante para mim

- Vai demorar Amélia?! - escuto Edigar gritar da sala. - Porra.

- Eu já vou, insuportável. - digo revirando os olhos, finalizo com o meu perfume e saio do quarto.

Tínhamos marcado pra resolver a documentação da fazenda e confesso que me atrasei um pouco, desço as escadas e Eddie estava sentado no sofá com a cabeça apoiada pra trás.

- Pô finalmente - ele analisa minha mini saia e depois volta a me encarar. - Tá curto demais, tá mostrando a sua bunda.

- Você acha curto - observo a minha saia e aliso o tecido jeans. - Então não usa, vamos logo.

Saio pela porta e escuto ele bufar enquanto me acompanha entrei no carro e ele faz o mesmo ligando o motor, a viajem foi silenciosa mas agradável, Edigar não me disse nenhuma grosseria então eu estava na vantagem.

Ultimamente a fazenda tem gerado muito lucro e estávamos ganhando quase o triplo, Edigar tinha marcado de entregar uma boiada dali alguns dias, ele e Dan estavam se preparando pra sair em comitiva outra vez. Só de pensar em ficar longe dele por algumas semanas o meu coração já dói, aquela fazenda ia ficar monótono sem o Eddie pra me tirar do sério.

Chegamos em frente ao cartório e Edigar estaciona ele desce e abre a porta pra mim, quando fomos entrar em um movimento involuntário Edigar pega em minha mão entrelaçando nossos dedos, olho pras nossas mãos e faço uma careta.

- Pra que isso? - pergunto se livrando dele.

- Pra não correr o risco de nenhuma mulher dar encima de mim - ele diz pegando em minha mão novamente. - Para de ser chata.

- A era só o que me faltava. - não questionei apenas o segui pra dentro do local.

Adentramos e pegamos uma senha, infinitas horas se passaram e a cada minuto eu me sentia como se estivesse sendo observada. Fazia tempo que eu não tinha aquela sensação, mas sim, tinha alguém me observando eu só não imaginava quem poderia ser. A todo momento eu olhava pros lados e estava inquieta.

- Porque se meche tanto, você tá bem? - Edigar pergunta preocupado.

- Sim estou, só uma sensação estranha. - dou um sorriso e aperto sua mão de leve.

Depois de horas dentro daquele cartório resolvendo infinitas burocracias, fomos liberados decidimos almoçar na cidade mesmo, Eddie me levou em um restaurante de comida caseira. Estávamos precisando nos alimentar direito, afinal ninguém naquela casa sabia cozinhar.

Sentamos em uma mesa e fizemos nossos pedidos, aquela sensação de observação ainda me incomodava me deixando ainda mais perturbada.

- Vou ao banheiro - digo me levantando e saindo nem dando tempo de Eddie dizer alguma coisa.

Entro no toalete e me olho no espelho encaro o meu reflexo por alguns segundos, eu estava suando frio, molho minhas mãos e passo sobre o meu pescoço fecho os olhos respirando fundo. Quando volto a abri-los levo o maior susto quando vejo um homem parado atrás de mim, não me viro apenas o olhava através do espelho.

Até porque minhas pernas estavam travadas

Eu o reconheci no mesmo instante em que o vi, era o homem que estava no retrato falado que Max havia nos mostrado. Eu estava completamente imóvel.

- Você é muito mais bonita de perto - o homem se aproxima devagar. - Deve ser por isso que a Sierra se morde de ciúmes.

Ele me analisa de cima a baixo e para atrás de mim pude sentir sua respiração bem próxima do meu pescoço, suas mãos passam pela minha cintura e se apoiam na pia que está em minha frente, me deixando sem saída, eu continuava parada sem conseguir esboçar reação apenas as lágrimas que já escorriam pelo meu rosto.

- Oh, não chore gracinha - ele diz segurando meu queixo e me observando pelo espelho. - Eu não vou fazer nada com você, ainda.

Sua risada era maléfica, aqueles dedos nojentos encostando em mim só me causavam náuseas.

- O que você quer de mim? - pergunto com a voz trêmula.

- Ah, eu não quero nada - ele passa as mãos pelo meu quadril o segurando com força. - Apesar de que uma rapidinha não seria nada mau.

- Me deixa em paz por favor - Minhas pernas estavam bambas de tanto medo.

- Só vim dar um aviso a mando daquela puta da Sierra - suas mãos agora estavam em minha cintura onde ele subia e descia devagar. - Ela mandou dizer que você nunca terá o Edigar, ele está marcado pra morrer por todo mal que fez á ela.

- O que eu tenho haver com isso? - tento me esquivar dele e ele me pressiona sobre a pia.

- Você não é a noivinha dele, o ponto fraco do Eddie. - ele passa aquela língua nojenta sobre o meu pescoço. - Se não for ele vai ser você, uma vida pela outra.

Ele me solta e eu consigo respirar novamente, mas antes de sair o homem me encara novamente com aquele seu olhar frio e cheio de ódio.

- Se contar pra alguém o que aconteceu aqui, eu vou saber. - ele aponta o dedo indicador pra mim. - E você não vai gostar, adeus Miazinha.

O homem saiu do banheiro e fiquei ali em choque sem conseguir me mexer, parecia que as minha pernas pesavam uma tonelada. Voltei e olhar meu reflexo no espelho e eu estava completamente apavorada, parecendo ter visto um fantasma.

Sinto meu coração começar a acelerar e o ar faltar, respiro devagar tentando controlar a crise de pânico que estava chegando, minhas mãos começaram a tremer e eu continuava tentando me acalmar.

- Calma Amélia - puxo o ar mais uma vez - Vai ficar tudo bem.

Já era tarde demais minha visão começou a ficar turva tentei procurar a saída cambaleando feito uma barata tonta, quando a porta do banheiro se abriu eu me lembro de ter caído só não vi quem me segurou.

Um Cowboy Irresistível Onde histórias criam vida. Descubra agora