Capítulo 28

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Eddie

Algumas horas esperando o doutor terminar os exames em Mia, a ansiedade e gratidão não cabiam em mim. Tudo que eu podia fazer era esperar e torcer por boas notícias, estavam todos que se preocupavam com Amélia, naquela sala, Lúcia estava tão alegre que não cabia em sí. Depois de horas incontáveis o doutor aparece e nos chama trazendo informações.

- Bem, devo confessar que em todos os meus trinta anos de medicina eu nunca vi uma coisas dessas acontecer. - ele diz impressionado. - Amélia está em ótimo estado, seus órgãos funcionam bem e o cérebro está completamente recuperado, Mia é um verdadeiro milagre da medicina.

Lúcia e eu nos abraçamos e pude sentir o alívio tomar conta de mim, as lágrimas de felicidade eram incontroláveis.

- Podemos vê-la? - Lúcia pergunta eufórica, com a sua mão ainda segurando a minha.

- Podem sim, mas não demorem ela precisa de tempo para se recordar de tudo - o médico sorri levemente. - Ah, e ela vai estar confusa quando acordar, esquecer a memória é comum.

Ele nos guia até o quarto onde Mia estava e apenas Lúcia e eu entramos, como o médico disse, Amélia acordaria confusa e sem lembrar de algumas coisas então não podíamos deixá-la ainda mais atordoada. Assim que entramos a minha garota já estava com um aspecto diferente, o rosado de suas bochechas haviam voltado e seu semblante parecia um pouco mais saudável.

Nos aproximamos dela e eu segurei a sua mão outra vez, e dessa vez eu pude sentir ela comigo, seus pequenos olhos verdes se abriram devagar, sua expressão era confusa e parecendo tentar adivinhar onde estava. Vê-la voltar pra mim me encheu ainda mais de uma profunda emoção, a minha garota voltou pra mim, ela estava ali comigo.

Seu olhar se encontra com o meu e um leve sorriso escapa de seus lábios, pelo visto ela me reconheceu e aquilo já me deixou um pouco mais aliviado. Quando ela enxerga Lúcia ao meu lado o sorriso em seus lábios se expande, Lúcia se aproxima dela e segura a sua outra mão.

- Filha, como está se sentindo? - a mulher pergunta com a voz embargada.

- Eu, estou - sua voz era baixa e fraca. - Estou bem, o que aconteceu? Porque estou aqui?

Ela pergunta intercalando o olhar entre mim e sua mãe.

- A alguns meses você sofreu um grave acidente - comecei a contar com receio dela se exaltar. - E ficou em coma por três meses, e hoje você acordou e estamos muito felizes que esteja de volta, você nos deu um grande susto.

Sua expressão ficou ainda mais confusa, parecia procurar na memória o que havia acontecido. E o que me assustava era o fato dela lembrar e me odiar pelo que submeti ela a passar.

- Esse cheiro - ele inspira o ar tentando adivinhar o aroma. - Tulípas, são tulípas. - ela procura pelo quarto e quando vê as flores em um vaso abre um sorriso. - Eu me lembro desse cheiro, são as minhas favoritas, quem trouxe?

Ela nos encara com os olhos brilhando e com um sorriso em seus lábios.

- Eu trouxe, sabia que você ia gostar! - falo empolgado e feliz por ela ter reparado nas flores.

- Você ?! - sua expressão muda para espanto e ao mesmo tempo confusão, ela olha para as flores e depois volta a me encarar. - Mas você me odeia, porque me traria flores?!

Naquele momento um fio de dúvida e tristeza tomou conta do meu coração, a felicidade que em mim habitava ia se esvaindo aos poucos. Lembrei das palavras do médico sobre a memória de Mia estar confusa e esquecida, esperando que fosse apenas um lapso de memória e logo ela voltaria a se lembrar de mim e do que vivemos.

Um Cowboy Irresistível Onde histórias criam vida. Descubra agora