Capítulo 34

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Já no dia seguinte me levantei distinta a ligar para o meu pai, eu havia pensado muito na conversa que tive com Edigar e ele estava certo, por mais que meu pai não esteja de bem comigo, ele ainda merecia saber que seria avô.
Sai do quarto e fui em direção ao escritório, eu precisava de privacidade, entrei e fechei a porta. Pensei um milhão de vezes antes de discar seu número no telefone.

Recolhi o resto de coragem e dignidade que me restavam e consegui fazer aquela maldita ligação, coloco o telefone no ouvido e espero lê atender, chamou uma, duas, três vezes até cair na caixa postal. Talvez aquilo fosse um sinal pra eu desistir daquela loucura. Tentei mas uma vez porém foi diferente ele atendeu no segundo toque.

- Alô? - sua voz soa mais rouca que o normal. - Alô, quem está aí?

- Oi, oi pai. - digo com a voz trêmula de nervoso. - É a Amélia, o senhor ainda se lembra de mim?

- Amélia, é óbvio que eu me lembro de você. - sinto sua voz embargar. - Como tem passado?

- Muito bem, obrigada. - sinto minhas mão suarem mais que o normal. - Eu, eu te liguei porque, bem, preciso de contar uma novidade.

Sentia meu coração bater mais forte, parecia que ia sair pela boca, me sento numa poltrona que havia ali no canto do cômodo.

- Me conte meu amor, o que é? - que papinho era aquele de "meu amor", ele nunca foi afetuoso.

- Eu, eu estou grávida. - jogo a bomba sem nenhum rodeio, eu queria ser direta, acabar logo com aquilo. - Pai, fala alguma coisa?!

- Quer que eu diga o que, Amélia? - dessa vez sua voz saiu arrogante. - Meus parabéns? Não faz nem um ano que você está aí, e já está grávida?! Você não espera que eu vá até aí pra conhecer o seu filho? Espera?

Sinto uma lágrima escorrer em meu rosto, meu coração se aperta dentro do peito.

- Era o mínimo, eu achei que você fosse ficar feliz. - digo tentando não transparecer a tristeza que eu estava sentindo.

- Achou errado, tenha um bom dia. - ele desliga o telefone na minha cara.

Fico alguns segundos encarando a tela escura do celular e tentando processar o que acabará de acontecer, meu pai havia rejeitado meu filho, não foi bem com essas palavras mas foi exatamente isso que ele quis dizer. Respiro fundo tentando me recuperar e resolvo sair do escritório, vou em direção a cozinha e encontro todos sentados há mesa, enquanto minha mãe servia o café da manhã.

Coloco o meu melhor sorriso no rosto e cumprimento a todos, me sento ao lado de Eddie e no mesmo instante ele repousa sua mão sobre a minha barriga. Eu não precisava mendigar amor seja lá de quem for, eu já tinha tudo que eu precisava bem ao meu lado, o carinho a compreensão, eu tinha tudo ali comigo e das pessoas que eu também me importava e aquilo era o suficiente.

Meu pai deixou claro que não queria ter mais nenhum tipo de contato comigo, não vou ser hipócrita de dizer que aquelas palavras não me atingiram, foram como uma faca em meu coração. Eu cresci sem a presença da minha mãe, e agora eu teria que continuar sem a presença do meu pai, o que me confortava era que Lúcia sempre estaria ao meu lado e nela eu sabia que podia confiar.

- Está tudo bem? - Alex pergunta me trazendo de volta a realidade.

- Sim estou, o que estamos assistindo? - pergunto voltando a atenção para a tv a minha frente.

- Eu não sei, nem estou prestando atenção.

- A onde está o Eddie, faz tempo que ele não aparece. - o questiono e o mesmo faz uma careta. - O que você sabe?

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