Queria entender como os retornos do Universo funcionam.
Melhor, queria entender como em todas as realidades alternativas e caminhos paralelos de escolhas sensatas, eu sempre acabava em algum cubículo, — seminua —, com Jeon Jungkook dentro dele. Já havia entendido que para alguns isto é considerado, deliberadamente, um golpe de sorte, mas a vida inteira eu ouvi dizer que quando ciclos se repetem, significa que a lição ainda não foi devidamente aprendida.
Então alguma força superior enfia o aprendizado goela abaixo, quer você queira, quer não.
Não posso considerar essa uma opção inválida quando a minha lição é um cara de pelo menos um metro e setenta e nove, e está completamente molhado e pelado — quando digo pelado, eu uso todo o significado da palavra: nu, nuzinho, em pêlo, como veio ao mundo —, me encarando há mais de cinco minutos, sem esboçar nenhuma reação.
O detalhe é que esse cara e eu temos uma história. A mesma que estou tentando contar para mim mesma como o desastre anunciado que colocou minha vida em um ritmo diferente, nos trilhos de uma outra estrada, que inevitavelmente calculou uma nova rota diretamente para este lugar. E o meu coração não para de anunciá-lo ao corpo inteiro como uma canção proclamada em alto e bom tom: É ele! Ele está aqui.
Pelo visto, parece que desaprendi a interagir com caras pelados cujas histórias eu meramente compartilho.
Penso se devo perguntar sobre sua irmã caçula, dizer que vi sua entrevista na capa de uma revista chique ou elogiar o fato de que agora o seu salário vale mais que meu apartamento com almofadas bordadas a mão e impregnadas de fumaça de erva em Nova York. Vou embolando meu pensamento entre letras de músicas, citações e o que quero dizer de verdade. Sou um amontoado de informação inútil que continua ali, tentando reaprender como meus sentidos funcionam. Tudo isto perde a importância quando a pessoa em questão está pelada.
Minha mente de escritora quer transcrevê-lo e cantá-lo, a ânsia começa na garganta e como um pintor que captura o momento, quero rabiscá-lo antes que as palavras ao seu redor desapareçam para sempre dentro de mim, em um sopro de inspiração que se dissipa. Às vezes, como agora, elas surgem em um impulso de prazer tão genuíno que precisava me agarrar a algo real, controlar os meus instintos antes de amaldiçoá-lo com literatura e todos os outros perigos que carrego junto ao coração; tendo a escrita como a minha arma mais letal.
Mantenho os olhos fixos em algum ponto entre os azulejos do banheiro e o chuveiro. Meu cérebro lentamente começa a colapsar. Não quero olhar além da linha de suas costelas. Dar uma checada nele, ou algo assim, seus olhos não desviaram do meu rosto desde que entrei aqui. Seria esquisito simplesmente olhar e olhar para baixo mesmo que minha visão periférica me deixe perceber tudo sem precisar mover os olhos diretamente para um foco. Mas começo a identificar pequenas sutilezas despercebidas, como o quanto o seu cabelo cresceu nesse meio tempo, alcançando a altura dos seus ombros, além do quanto parece um pouco mais musculoso (ou ele sempre teve todas essas definições e nunca tive chance de vê-lo por baixo de tanto tecido e da luzes baixas do quarto?) e que agora ele tem piercings nos mamilos como um personagem cafona de livro erótico.
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Como conquistar esse garoto.
Fanfiction[EM ANDAMENTO] Eleanor está no seu último ano de faculdade e a essa altura tudo que deseja é seu diploma em mãos e os beijos do capitão do time de baseball, Kim Taehyung. Mas era incrível como o universo inteiro conspirava para que o mala do Jeon Ju...