03. Lista de itens sacanas e o não-casal.

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Como Taehyung conseguia ser tão lindo?

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Como Taehyung conseguia ser tão lindo?

Me pego questionando aquilo pela sexta vez nos últimos trinta minutos, enquanto observo-o no aquecimento para o primeiro jogo do campeonato universitário de baseball. Cada detalhe parece milimetricamente calculado para causar um efeito caótico e descontrolado em meu peito: o cabelo está puxado para trás em desordem, escondido por um boné preto, o rosto focado no arremessador, e ele parece concentrado ao ponto de parecer inatingível.

Casualmente sedutor, ao vivo e a cores.

Já não bastavam os banners lotando os corredores da Kyung Hee, no prédio do dormitório Sameuiwon e no caminho até os laboratórios como um lembrete diabólico de sua presença esquiva: lá estava ele, o garoto propaganda do time, com seu rosto bonito estampado em cada canto, dificultando qualquer chance mínima de concentração.

As rotinas se tornavam duas vezes mais difíceis quando tratava-se de manter meus olhos distantes de um Taehyung impresso em lona fosca me encarando do outro lado da janela, usando uma jaqueta esportiva que revelava a insígnia do time, sua posição de capitão e uma série de rumores implícitos sobre outras habilidades que iam muito além de sua hierarquia esportiva e suas funções como o primeira-base do time. O assunto em questão era motivo para o falatório dentro do campus. Taehyung e a excelente propensão tátil de suas mãos. O boato da vez envolvia Park SooYoung, Kim e o banheiro de uma casa noturna lotada em Hongdae, o resto, provavelmente, foi puro conteúdo imaginativo que gerou a fofoca do fim de semana passado.

Contudo, ali, Taehyung não era nada além do Kim T., com seu uniforme perfeitamente alinhado no corpo atlético, como a toga de alguma divindade romana, igual as esculturas em fotos cinzas dos livros de História da Arte. Seu uniforme era uma mera proteção de tecido para uma pele que era praticamente impenetrável.

Facilmente comparável ao coração.

Ah, se você soubesse o quão longe meus pensamentos podem ir, Taehyung.

Era inútil ponderar possibilidades e eu sabia, tudo, no fim das contas, era da boca pra fora. As chances sempre foram mínimas.

Mas era exatamente aquele o efeito que ele continuava causando em mim nos últimos quatro anos: uma euforia adolescente, hormônios fervilhando apenas na presença — física ou impressa em tinta — dele.

A verdade é que apenas algumas pessoas despertam sensações como aquela, e sem qualquer dúvida, Taehyung era inteiramente responsável pelo sentimento de paixonite juvenil que persistia de forma sintomática como se eu ainda não tivesse avançado de uma fase pré-puberdade. Além de levar embora o resto de dignidade que ainda me restava, me fazia questionar como tudo rumou até aquele ponto desastroso de me fazer pedir a um completo desconhecido para fornecer informações sobre ele, mesmo que no fim das contas, não fizesse a mínima ideia do que faria com elas depois.

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