17. Faíscas, confissões e um desertor de olhos magicamente sedutores.

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Dois dedos fraturados e uma semana de suspensão

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Dois dedos fraturados e uma semana de suspensão.

Aquele havia sido um resumo de minha atitude impulsiva que resultou em um Dong-Yul de nariz quebrado e um notebook caro aos pedaços pelo chão do laboratório de engenharia.

De todas as expectativas que eu tinha sobre o meu último semestre letivo, nenhuma delas incluía fraturas, socos e um lado meu, perigosamente violento, vindo à tona.

Se soubesse desses detalhes, naquela época, estaria aterrorizada pela junção dos acontecimentos fora de minha bolha de autocontrole, soterrados pelo pânico do rumo desastroso que tudo isto tomou.

Mas é claro que Shin Dong-Yul, nem mesmo com a cara ferrada depois de um soco, perdeu a pose arrogante. 

No dia da reunião, para apaziguar as situações que pareciam vulcões falsamente adormecidos, expelindo lava para todos os lados, ele seguia tranquilo. Como se nada daquilo o envolvesse.

Contudo, tirando o sermão que ouvi de mamãe e papai — que começou com um monólogo evidenciando os motivos de sermos bem vindos em um país estrangeiro e meu comportamento completamente fora de controle, que ia contra toda e qualquer conduta que sempre seguimos em casa —, ao menos tive a chance de provar que Choi, sem sombra de dúvidas, não me queria ali.

Tive que trazer à tona para eles toda a situação envolvendo Jungkook: o acordo, as regras, o motivo humilhante: Taehyung. Justamente o cara que assinava a linha pontilhada como portador de uma informação secreta que me colocava de volta ali. Não contei a parte mais importante; a que tinha, de fato, me apaixonado por Jeon em uma velocidade assustadora, como a trajetória de um raio atravessando um corpo inerte. E que àquela altura os danos já pareciam irreversíveis. Não tinha como voltar atrás.

Papai pareceu triste por tudo não passar de uma mentira. Mas mamãe estava decepcionada. Seguia repetindo que pessoas não eram peças móveis em um tabuleiro, onde podemos usá-las e descartá-las em caixas logo em seguida.

"E você ao menos gostava desse rapaz?" ela perguntou, com os olhos fixos nos meus.

Permaneci em silêncio. Não soube o que dizer. Me senti minúscula.

Minha situação foi amenizada pela denúncia chegando às mãos da Corte Universitária com uma explicação plausível para o meu ato desesperado. Três meses era tempo demais para mantê-los às escuras sem direcionamentos vindos da reitoria. Outro fator que jamais saberíamos se não tivesse roubado aquela droga de documento e me certificado sobre o culpado. As desculpas de Choi ultrapassaram o bom senso, mas vindo de um homem em uma alta posição dentro de uma universidade conceituada, sabia que alguém arcaria com as consequências de suas mentiras, e não seria ele.

Suas justificativas começavam com as teorias sem fundamento de que precisava se certificar apenas que a denúncia era válida e não um boato fomentado pela rivalidade interna entre os atletas de alto nível. Algo que estava suscetível a acontecer, já que os olheiros dos times coreanos estavam se preparando para a chegada dos campeonatos de Primavera e a disputa sempre levava os membros do time a atos extremos, por isso, estava analisando tudo com bastante cautela antes de prejudicar qualquer aluno de forma severa e irreversível.

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