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É engraçado como as coisas tomam um rumo particularmente interessante no meio da nossa conversa quando ainda estou distraída demais pensando em como o encontro com Taehyung havia sido infinitamente melhor do que eu poderia imaginar e Trine está sentada bem ali, na minha frente, reclamando sobre as suas notas na droga do site da faculdade.
Pela cara de Hoseok, provavelmente estou sorrindo como uma idiota, mas a verdade é que não consigo me desvencilhar daquele pensamento, nem parar de pensar sobre a maneira como Kim segurou minha mão quando as luzes se apagaram, em uma das sessões da exposição, quando estávamos vendo um alinhamento cósmico raro feito com tintas de todas as cores.
Suas mãos eram bonitas, grandes e macias, em algum momento imaginei como seria beijar a ponta dos seus dedos ou descobrir se eles também tinham um cheiro gostoso de calêndula como Taehyung inteiro parecia ter. Algo nele me lembrava minha chegada a Busan, o jardim de vovó em Rhiannon e a mesma sensação de um efeito confortável e gostoso de lar.
Na volta pra casa, vesti sua jaqueta e me senti uma cidadã do seu mundo, como se naquele momento ele fosse o universo inteiro e eu apenas uma estrela minúscula perdida nele. Taehyung entendia de arte, cinema e música, gostava de esportes e ainda assim, mantinha notas excelentes, não era tão vaidoso e fútil como descreviam, era risonho e divertido. Um tipo raro de garoto que provavelmente foi feito sob encomenda, um único e particularmente especial no mundo.
Senti vontade de beijá-lo tantas vezes que parecia maluquice quando lembrava daquilo, estava meio bêbada talvez, tinha tomado duas cervejas e meia para me livrar do sentimento estranho de culpa que perdeu força depois de algumas horas.
Beijá-lo seria errado, eu sabia disso. Mas puta merda, como eu queria.
Caminhamos no silêncio da rua principal da faculdade enquanto ele cantarolava Chet Baker, como um tipo de sonho que ainda não tinha me dado conta se era ou não verdadeiro, que ainda não tinha tomado forma na minha realidade, uma cena refeita na minha cabeça tantas vezes que parecia maluquice imaginar que ele havia me notado naquela realidade. Taehyung havia dito o meu nome. Me chamado para sair. Se em algum multiverso eu fosse sua namorada, queria pedir que fosse neste em que estou agora, observando Trine e Hoseok brigando com um computador da biblioteca na base do soco enquanto eu continuava pensando sobre as melhores horas do meu ano até agora.
— Você tá com gases, Nonô? — É a voz de Hoseok que me puxa pra fora das lembranças da daquela noite, da maneira mais extrema e truculenta possível. — Tá com cara de quem tá com gases! Quer que eu te compre uma água com gás?
Nem mesmo suas piadas inocentes conseguem tirar o meu bom humor, nem mesmo as reclamações de Trine, nem mesmo Jungkook e sua facilidade de me levar de 0 à 100 em minutos me deixaria fora daquele estado de euforia gratuita.
— Você não tá vendo que ela tá sob o efeito Kim — Trine diz, antes de bater com força contra o teclado do computador da biblioteca, olhando ao redor pra checar se algum dos monitores pé-no-saco não estão por ali.
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Como conquistar esse garoto.
Fanfic[EM ANDAMENTO] Eleanor está no seu último ano de faculdade e a essa altura tudo que deseja é seu diploma em mãos e os beijos do capitão do time de baseball, Kim Taehyung. Mas era incrível como o universo inteiro conspirava para que o mala do Jeon Ju...