06. Regras de um tsundere, Ferris Bueller e tequila intravenosa

22.7K 1.4K 3.6K
                                    


A correria que se instaura pelos corredores da Kyung-Hee só denuncia a movimentação insana que começa naquele horário e vai até mais tarde: as malditas festas do campeonato

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A correria que se instaura pelos corredores da Kyung-Hee só denuncia a movimentação insana que começa naquele horário e vai até mais tarde: as malditas festas do campeonato.

Na época do ensino médio, quando aquela realidade era alternativa e distante, os fins de semana do mês representavam apenas um descanso merecido depois de uma semana exaustiva. No período de provas, um alívio para colocar os estudos em dia, mas na faculdade, durante os meses de jogos, significava bebida gratuita e estranhos levando outros pela mão até os lugares mais escuros do local.

Os garotos do time passavam basicamente os primeiros meses do ano arrecadando doações para as festas do campeonato e isso significava que todos — ou quase — se misturavam no meio daquela música alta, dos copos coloridos pelo chão e dos estranhos trocando saliva naquela onda de calor corporal na pista de dança

Tinha pelo menos 30 ligações não atendidas de Hoseok no meu celular quando checo a barra de notificações, provavelmente ele já estava de pé, lá fora, ao lado das catracas nos esperando, enquanto Trine passava a décima camada de máscara de cílios diante do espelho.

— Tá natural desse jeito? — ela pergunta, virando o rosto para mim, exibindo seus cílios gigantescos.

— Claro, se você for a Pabllo Vittar, tá bem natural. — respondo, e ela revira os olhos. Seu batom vermelho vivo parece transcender naquela luz ruim do mini-banheiro que dividimos.

— Então, o Jungkook vai? — sua pergunta tem um tom de segundas intenções mesmo que ela tente disfarçar a cara sacana que faz ao mencionar Jeon, passando a segunda camada do seu batom bonito nos lábios.

— Bom, ele me disse que iria, mas não sei se o Jungkook é o cara mais festivo do campus, não queria forçá-lo a ir só por minha causa... — Dessa vez Trine me olha, bem de perto.

— Eleanor, você não tá se apegando a esse cara né? — A verdade é que eu não sabia exatamente o que responder, desde a briga com Dong-Yul, um hambúrguer estranho que dividimos em uma lanchonete qualquer sem pretensão alguma e a palavra "namorada" saindo de sua boca com tanta firmeza, alguma coisa tinha se tornado incomoda no meio de toda a situação.

Sustentar um namoro falso era ruim, não falava disso apenas por conta da droga do dinheiro que estava sumindo como o Hoseok durante as aulas da terça-feira, mas porque sentia que aquilo me guiava para um lugar errado. Uma posição onde eu não queria estar. E não deveria, era ingrata e injusta.

Meu apego transcorria livremente no caminho, causando aquela inquietação que só me pedia cautela. Minha intuição dava sinais claros.

Estava me dando bem com Jungkook, apesar de, em determinados momentos do dia, ter um desejo sanguinário de apertar seu pescoço com toda força. Ele estava cumprindo seu papel de não-namorado, embora continuasse omitindo uma série de fatos, principalmente quando se tratava de Jieun.

Como conquistar esse garoto.Onde histórias criam vida. Descubra agora