05. Tatuagens secretas, amigorados e Jungkook.

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— Já notou que toda frase que você disse na última hora começou com Jungkook ou aquele idiota? — Trine caminha para fora do banheiro minúsculo do dormitório enrolada em um roupão vermelho, os cabelos úmidos envolvidos em uma toalha amarela e com aquela cara típica de quem sabe exatamente como me deixar sem respostas prontas.

Ok, talvez isso fosse um problema.

— É que ele me... irrita! E eu preciso contar isso pra alguém antes que eu exploda. — digo, ainda contrariada. Não era bem verdade que estava constantemente falando sobre Jungkook, mas agora, tecnicamente, ele era meu namorado e o tempo que vínhamos, de maneira forçada, passando juntos só me fazia pensar no quão merecedor ele seria de receber o primeiro soco que daria na vida, se eu ao menos soubesse como fazer isso. Minha rotina tinha se cercado dele, por todos os lados, de todas as formas. Nos meus horários livres, lá estava Jungkook. Durante o tempo trabalhando no refeitório, ele estava por perto outra vez. No almoço, jantar, estudos. Olha só, mais Jungkook! Para qualquer lugar que voltasse os meus olhos, Jeon provavelmente estaria. Inevitavelmente.

Estava começando a me envergonhar do meu comportamento embaraçoso e perceptível de quase obsessão por tudo que envolvia ele e suas manias.

— Ele te irrita?! Ok, você passou o almoço inteiro observando ele mastigar ao invés de comer sua própria comida e depois ainda ficou tentando arrumar a franja dele por uns vinte minutos, e me pergunto, por qual razão mesmo?! — Trine questiona, se referindo ao almoço daquela quarta-feira constrangedora e nossa tentativa ridiculamente óbvia de parecer um casal.

— Você já viu o modo como o Jungkook mastiga?! Se você tivesse ao menos prestado atenção, iria perceber como aquele som é irritante e outra, não sei lidar com aquela quantidade de cabelo cobrindo o rosto dele, você não fica incomodada?! — digo, e ela ri enquanto solta os cabelos para penteá-los na frente do espelho.

Ainda estou usando as roupas de ginástica, engolindo uma torrada com gosto estranho enquanto caminho de um lado para o outro, acompanhando Trine e seus rituais noturnos de beleza, enquanto seguia me deteriorando em por destilar um ódio teleguiado somente a um indivíduo. — Sabe o que é pior? Ele ter vindo com aquele papo de ai, não podemos nos apaixonar e blá blá blá, sabe quais são as chances reais de me interessar por ele? Nenhuma! — Enquanto falo, Trine continua se movimentando para cá e para lá.

— Jungkook não faz meu tipo. Nem um pouco. Ele consegue pegar o charme barato que tem e jogar fora quando abre a boca.

— Então você o acha charmoso?— Ela me olha pelo reflexo do espelho, mas evito lhe dar a resposta que quero, uma mal educada e atravessada, contudo, Trine logo muda de assunto. — Mas enfim, você acha que tudo isso vai funcionar? digo, o lance do Taehyung? — A grande pergunta que não queria calar. Se aquela ideia iria ou não funcionar, eu ainda não sabia direito, mas estava empenhada naquilo, tinha afundado até o pescoço e seguia fazendo tudo conforme um plano idiota que havia bolado. Jungkook e eu. Um término abrupto. E então, Taehyung e eu.

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