A vida é como uma balança.
E sei que essa é provavelmente a analogia mais cafona e clichê do mundo, mas parando para pensar neste ponto em que me encontro agora, tudo faz sentido. Toda e qualquer análise barata sobre como o universo funciona se aplica ao peso das consequências do agora.
Eu sempre entendi que quando algo bom demais acontece, ele sempre traz consigo uma consequência, um resultado negativo para a balança manter o equilíbrio.
Conhecer Jungkook e me apaixonar por ele tinham sido a minha própria descoberta no meio de todo caos, das más escolhas e das atitudes impensadas das últimas quatro semanas, sentir algo verdadeiro foi o meu benefício, mas lidar com as consequências do fim de tudo isso, era um risco que não havia calculado.
Tive certeza disso na última vez que o vi, quando reconheci as estrelas fluorescentes coladas no teto do quarto de Jungkook assim que abri os olhos pela manhã, quando aos poucos a claridade que entrava pelas frestas da janela tomavam forma ao ponto de meu cérebro finalmente identificar formatos, cores e objetos outras vez, mostrando que minha capacidade cognitiva estava completamente intacta, assim como o peso da culpa que recaiu sobre meus ombros no momento que me dei conta de que escolhi a despedida mais errada. Acordar na cama do ex-não-namorado, vestida em alguma peça de roupa dele.
Não foi um sonho erótico como havia deduzido, ainda sentia os braços firmes de Jungkook ao redor do meu corpo, mesmo completamente pernoitada, foi um aviso claro de tudo que passou pela minha cabeça no meio daquela confusão interna entre o real e o imaginário e aquilo, de fato, tinha acontecido: Jeon por todos os lados, de todas as formas, em todas as situações imagináveis. E aquilo também pesou na minha balança, foi o peso da consequência para manter o equilíbrio.
Tateio pelo meu celular em algum lugar da mesa de cabeceira para pausar a música que toca em modo repeat nos meus fones, depois de catar a minha própria bagunça no chão do dormitório e amontoar o que era desnecessário ao lado das gavetas do armário para jogar fora.
Minha mãe usava aquela desculpa de que, arrumar a bagunça externa era terapêutico pra bagunça interna aos poucos voltar aos seu lugar, de alguma forma havia comprado a ideia há anos e funcionava. Sentia que tinha mais controle da minha própria vida quando organizava tudo ao redor, mas parecia piada à essa altura, uma daquelas bem ruins que a gente ri por educação, enquanto o universo gargalha na nossa cara.
Tinha visto Jungkook há dois dias. Escapado do seu quarto enquanto ele ainda dormia, escondido em uma camada do próprio cabelo despenteado, deixando um post-it cor-de-rosa colado na porta agradecendo os cuidados e pedindo desculpas por outra vez ir embora ao invés de enfrentar as coisas como deveria.
Ninguém gosta de pessoas medrosas, eu sei, mas no fim das contas todos nós fingimos ter uma coragem quando quase nunca temos, é muito mais aterrorizante enfrentar nossos medos materializados do que as paranoias na nossa cabeça que se dispersam com uma distração.
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Como conquistar esse garoto.
Fanfiction[EM ANDAMENTO] Eleanor está no seu último ano de faculdade e a essa altura tudo que deseja é seu diploma em mãos e os beijos do capitão do time de baseball, Kim Taehyung. Mas era incrível como o universo inteiro conspirava para que o mala do Jeon Ju...