Oi gente

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Não fico nesse lugar respirando o mesmo ar que eles, nem mais um minuto. Era tanta informação para eu assimilar, que assim que adentro o quarto, vou trancando a porta e sem que pudesse segurar, vomito o que acabei de jantar seguido de crise de ansiedade, pânico e choro, só pensando em como explicaria isso a minha irmã, meus pais, para a imprensa e meus fãs... eu estava envergonhada, com um sentimento de culpa, me perguntando onde errei e o porque que eu preciso passar por isso para aprender a não confiar em amor da vida.

A solidão ecoa, me vejo sozinha e sem saída sentada no chão do banheiro agarrada com a privada, sem forças para se quer comprar a passagem de volta.

O misto de emoções estavam me deixando cansada e cada vez mais louca; as imagens e falas passaram e repassaram diante dos meus olhos, durante longos minutos, como um filme aterrorizante era tudo extremamente constrangedor, eu só queria me enfiar em um buraco. Não queria que ninguém me visse assim, jogada as traças e meu Deus, eu não acredito nisso, eu sou tão forte, sou o pilar da minha família, sou a força, a cabeça dos negócios. Chega até a ser engraçado, eu cantar sobre traição, cantar a dor dos outros e quando ardeu na minha pele, eu me sentir um lixo, desprezável e incapaz de amar e ser amada. É devastador.

Penso por uns instantes e quando a consciência volta, me acalmo e meu corpo inteiro voltou atenção ao machucado da minha mão, até porque a adrenalina abaixou.

Arfo por conta da dor e me levanto do chão para limpar bem o corte que já havia parado de sangrar, mesmo ainda doendo muito e então faço um curativo para que não inflame. Fiquei aliviada por não precisar de pontos, como que eu iria explicar para um médico que sai de Goiânia para ser pedida em casamento no paraíso brasileiro, mas no fim, ganhei foi um par de chifres de brinde.

Arrumo minhas coisas, coloco literalmente todas as minhas roupas na mala e aproveito para tomar um banho antes de sair daqui.

Coloquei a temperatura no morno para gelado, na expectativa de esfriar a cabeça e me ajudar a pensar melhor mas eu não vou negar e nem tenho como, eu sou louca pelo Wendell, lembrar do amor que fizemos nesse chuveiro me fez chorar desesperadamente como criança que soluça pela dor que esta sentindo e me prometi ser forte porém, a partir de amanhã, porque agora me sinto destruída. Prometo que amanhã será um novo dia.

Peguei as malas e então tomei coragem para pegar meu celular, pois eu precisava comprar a passagem de volta para Goiânia ou São Paulo, a verdade é que eu queria sumir, a vergonha na minha cara não deixou eu dar satisfações a ninguém, eu realmente só queria ficar em paz.

Peguei a minha mala de mão, a menor que tinha para facilitar as coisas e desbloqueei o celular, logo deparo com algumas mensagens dele perguntando se poderia vir aqui para conversar, que ele estava preocupado pois a porta estava trancada e escutou gritos vindo do quarto, e que queria dar explicações. Nada respondo, somente tento ignorar ao máximo.

Compro uma passagem para Goiânia e assim que saio do quarto, vejo ele sentado no chão ao lado da porta.

— Maraisa. - disse com a cara inchada de tanto chorar.

— me deixa em paz. - digo acelerando o passo.

— vamos conversar. - ele disse, vindo atrás de mim. — onde você vai? Por favor amor, eu quero ficar com você.

— Wendell, por favor me deixa em paz. Eu estou indo embora e... - me viro para ele chorando. — eu preciso pensar, o que você fez foi muito grave. Posso ficar sozinha por favor?

— tudo bem, mas me desculpa por favor. - ele junta as mãos.

— te desculpar vai ser muito difícil. Mas eu prometo pensar. - vou até ele, ergo a mão e faço carinho em seu rosto.

Eu o amo, e preciso de tempo para pensar em tudo, preciso por cada coisa em seu devido lugar, porque eu o esperei a vida inteira praticamente, eu fui parar do outro lado do mundo por ele, fiquei meses longe para matar a saudade e não foi por mim, não foi carnal foi mais forte que isso, e de verdade eu senti que poderia ser feliz de novo, poderia curar para sempre as feridas que outra pessoa deixou. Mas as cicatrizes foram dilaceradas de uma forma tão dolorosas, que ninguém deveria passar na vida e por ventura quem as rasgou foi justamente a pessoa que havia sido a cura.

Voltei para Goiânia, totalmente camuflada com óculos, boné e jaqueta cobrindo até o pescoço. Estava me odiando muito e não gostaria que ninguém me reconhecesse, para que eu não acabasse sendo sem educação com alguém que não tem nada a ver.

Cheguei em casa, me joguei na cama, olhei para o teto e novamente me perguntei o porque de estar passando por aquilo. Respirei fundo tentando ignorar meus pensamentos que instantaneamente me fizeram chorar. Já não aguentando mais, tomei coragem para me banhar, fui até a cozinha comer algo, dei uma olhada nas redes sociais, e o meu story ainda era o de nós dois passeando de carro pelas dunas de areia e também dei graças a Deus pela Maiara não ter mandando mensagem.

Liguei o ar condicionado, coloquei um filme para eu assistir e tomei um remédio forte, junto com calmante para me fazer dormir pela próxima semana consecutiva.

Assim fui vivendo, sem dar sinal de vida, sem ter noção dos dias e chorando pelos cantos da minha casa, até o meu cabelo, já se faziam dias que eu não o penteava e me perguntava quem estava mais bagunçado se era meu coração ou o meu cabelo. Por incrível que pareça, não tenho coragem de terminar com ele, não agora pois eu só sentia raiva e queria que ele sentisse essa dor, por isso, eu vou sofrer mas ele vai saber o que eu passei nesses últimos dias. Desse pensamento me veio um resquício de atitude para reagir e já sei o que farei. Se ninguém sabe onde estou, agora vão saber.

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Jaja continuo. Babado galera.

Quem Imaginava A Gente JuntoOnde histórias criam vida. Descubra agora