conversa

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Soraya

O barulho de nossos saltos ecoava pelos
corredores vazios daquele galpão. Caminhei à frente, tendo Mailza e Damares seguindo logo atrás. Um dos capangas nos acompanhava para prestar os serviços solicitado por nós. Encarei ambas as mulheres assim que paramos diante a porta grossa de metal; elas assentiram brevemente, e então encarei o rapaz.

- Pode abrir.

ordenei.

- Sim, senhora.

O homem se aproximou da porta, retirando o molho de chaves de seu bolso e, rapidamente tratou de destrancar a porta que rangeu ao ser empurrada lentamente por mim.

- Pode ir dar uma volta. Chamamos você se
precisar.

murmurei ao rapaz que alternou seu olhar diante das três mulheres a sua frente.

- Como quiser.

disse antes de se retirar.

Damares adentrou a sala escura, sendo seguida por Mailza e depois por mim. A morena estava incrivelmente bela para aquela situação, como se para minha melhor amiga aquele plano também fosse um ato para ser comemorado e deliciado da melhor maneira possível. Ela gesticulou como dedo indicador em meio à penumbra do lugar, sinalizando que deveríamos fazer silencio. Eu assenti lentamente, e caminhei para o centro da sala. Mailza se aproximou da parede, próximo a uma caixa de controle. A mulher abriu a tampa, e de forma delicada girou o interruptor, acendendo o foco de luz sobre o corpo do homem preso a uma cadeira de ferro no centro daquela sala fria.

- Alexandre.

O careca estava devidamente amarrado com
as mãos para trás, tendo seus olhos vendados com um pedaço de pano preto. Talvez ele estivesse desacordado, pois seu corpo pendia para frente. Um sorriso vitorioso e satisfeito nasceu em meus lábios no exato instante que tive aquela imagem a minha frente. Caminhei lentamente, deixando que o barulho de meus saltos fossem o único efeito sonoro daquele lugar.

- Vamos acordar ele agora.

Damares exclamou.

Ela e Mailza seriam as únicas a falar
naquele momento, eu apenas assistiria ao
show como uma perfeita espectadora assistia seu programa de TV favorito. Eu não poderia me dar o luxo de participar, mesmo que a vontade fosse tamanha. Então, puxei uma cadeira, colocando de frente para a
dele, há alguns metros de distancia. Me sentei  sobre ela, e cruzei as pernas delicadamente, enquanto repousava a pistola dourada sobre meu colo.

- Está na hora de acordar, querido.

Damares  soltou sarcástica ao dar um tapa na careca do homem

- Chegou a hora de conversar.

Assim que as mãos de Damares deixaram a cabeça do homem, sua cabeça pendeu para frente, ainda desacordado. Mailza me lançou um olhar intenso, então caminhou até o outro lado da sala, talvez um banheiro. Me permiti analisar o corpo do homem a frente; ele estava lá há alguns dias, mais precisamente desde o momento que deixei a Suíça acompanhada de Simone.

- Infeliz está totalmente apagado.

Damares resmungou ao dar alguns pequenos tapas no rosto do mesmo.

- Uma péssima vilã, Damares.

sussurrei, fazendo a gesticular novamente para que eu fizesse silencio.

Antes que eu pudesse murmurar em protesto para a jovem mulher, Mailza se aproximou rapidamente, e despejou um balde com água fria sobre a cabeça de Alexandre que despertou em desespero em meio a uma crise de tosse.

Xeque Mate- Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora