História parte final

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Flashback on

- Você acha que ele vai ficar orgulhoso?
perguntei, enquanto balançava o lápis de um lado para o outro, passando de um dedo para o outro.

- Eu tenho certeza que sim, Soso. Você foi a
melhor aluna da turma, está encarregada
do discurso, e ainda vai receber no palco
o diretor de uma das melhores galerias
de arte do EUA, que está de olho em seu
trabalho como um leão faminto! Ele vai ficar
deslumbrado!

Damares comentou, enquanto arrumava sua roupa para a festa em poucos
dias.

Sorri e corri em direção ao sofá da sala, onde me acomodei. Estava revisando os últimos detalhes de meu discurso de formatura, onde relataria o quão grata sou por ter sido acolhida por um homem tão bom, que me deu a oportunidade de um futuro promissor e feliz.

- Eu estou nervosa.

murmurei com receio.

Damares me encarou de longe, com um sorriso largo. Logo, a mais alta se aproximou, e se sentou ao meu lado. Era uma nova etapa de nossas vidas, logo ambas estaríamos formadas, e prontas para comandar o rumo de nossas vidas. Havia tantos planos, tantos sonhos.

- Sabe, as vezes paro pra pensar em como
temos sorte. Sorte pela vida ter me dado você.
.
- Não comece!

exclamei ao me levantar do sofá.

- Você sabe o quão emocional eu estou nos últimos dias. Ando chorando com facilidade, e se vier me falar sobre essas coisas, prepare-se para me aguentar com as lágrimas depois.

murmurei, fazendo Damares  rir.

Eu meneei com a cabeça em um sinal
negativo, enquanto caminhava até a cozinha.

- Tem razão, vamos deixar as lágrimas para a emoção da nossa festa. Charlie disse quando chega?

- Ele disse que chega amanhã a noite. Disse
que tem uma surpresa para nós!

exclamei da cozinha, enquanto despejava uma boa quantidade de chá no interior da caneca.

- Sempre com surpresas!

ouvi ela exclamar da sala.

Dei de ombros, e provei um pouco do liquido morno que esfumaçava sutilmente.

- Ele ama surpresas, sabe disso! E fora que
temos surpresas ótimas. Mal posso esperar
para contar como teremos uma mulher
formada em engenharia da computação na
família!

disse com um sorriso no rosto. .

- Damares, você viu a caixinha de chá? Esse aqui é terrível!

murmurei ao sentir o gosto azedo.

Damares por sua vez nada respondeu.

- Damares?

Franzi o cenho, e bufei. Por que diabos ela
não respondia? Segurei a caneca, e caminhei
em passos apressados até a sala.

- Será que a senhorita poderia me responder?

resmunguei ao vê-la sentada no sofá,
parada como uma estátua.

- Esse chá que comprou é terrível, por Deus!

A garota parecia desligada.

- Damares?.

Ela virou seu rosto em minha direção,
fazendo-me notar nitidamente sua expressão aterrorizada. Damares estava pálida, com um semblante perdido.

Xeque Mate- Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora