Criminosa

1.3K 108 33
                                    

- Eu não posso beber tanto, ainda tenho
plantão hoje.

Simone resmungou enquanto recebia um beijo sutil na curva de seu pescoço.

- Não acredito que não vai ficar comigo
essa noite.

A loira sussurrou, evitando que o outro casal pudesse ouvir.

- Queria comemorar só com você.

As quatro resolveram comemorar a
sentença de Bolsonaro em um banquete
mais casual. Por mais animadora que a
notícia fosse, qualquer alarde poderia
trazer suspeitas desnecessárias para um
time que estava ganhando. Dessa forma,
a comemoração se resumiu a um jantar
farto, bebidas importadas e boa música

.
- Só comigo?

Indagou a policial, fixando o olhar nas íris castanhas da loira.

- Exatamente, preciso agradecer a coragem e o esforço que fez por mim hoje.

Respondeu a mulher, enquanto deslizava
a ponta do dedo nas linhas definidas da
clavícula de Simone.

A agente suspirou sem tirar os olhos da
mulher ao seu lado. Soraya cruzou as
pernas, chegando mais perto de Simone
para que ela pudesse acompanhar mais
de perto a fenda do vestido longo que
aquela noite. Mailza e Damares
conversavam animadamente no sofá ao
lado, enquanto a música alta preenchia o
ambiente.

- Acho que mereço esse agradecimento.

Soraya mordeu a ponta do lábio inferior,
aproximando-se o suficiente para
sussurrar no ouvido de sua mulher.

- Merece. E, por isso, estou disposta a
agradecer da maneira que você quiser.

- Soraya...

A alemã sorriu maliciosamente enquanto
deslizava a mão por uma das coxas da
policial. Simone respirou fundo, olhando
vez ou outra para o casal ao lado, que
parecia totalmente entretido em sua
conversa particular.

- Sim?

O tom de voz cínico veio acompanhado de uma carícia mal-intencionada rumo a seu sexo.

- Eu não vou poder ficar, não faz assim...

Ela quase suplicou.

- Assim como?

Soraya era o próprio demônio. Sedutora
como só ela conseguia ser, arrastava
Simone para seus domínios com seus
truques de sedução previamente armados. Não era um trabalho árduo, a policial tinha uma queda por aqueles olhos castanhos, aquela boca bem-desenhada e mal-intencionada. Simone era prisioneira de seus desejos por Soraya e, daquela sentença, não poderia escapar.

-O que você quer?

Indagou em um sussurro, impedindo a mão de Soraya de continuar.

Ela sorriu de canto antes de levar a taça
de cristal até seus lábios e ingerir uma boa quantidade da bebida com teor alcoólico presente em seu interior. Em seguida, fitou os olhos castanhos mais escuros a sua frente.

- Quer mesmo ouvir?

Provocou.

- Quero.

Ela deu de ombros, aproximando-se
novamente. Os lábios de Soraya tocaram
sutilmente uma parte da orelha de Simone, liberando uma lufada de ar quente, que trouxe um arrepio como consequência.

- Eu quero que você levante desse sofá e me leve até o quarto.

uma breve pausa, outro suspiro.

- Quero que me coma naquela cama até eu não aguentar mais, Simone.

Xeque Mate- Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora