Xeque

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Soraya

Olhei pela janela da sala, enquanto meu
marido caminhava lentamente até o carro
estacionado em frente a nossa casa. Kelmon
se aproximou rapidamente, abrindo a porta
para o homem que mantinha a atenção
presa ao telefone celular. Um sorriso nasceu
em meus lábios em pura euforia por saber
quem estava do outro lado da linha. Bem
como esperado, previsível. Assim que o carro deixou os aposentos da mansão Bolsonaro, fui à procura de meus pertences, tais como chaves, celular e bolsa. Tinha um compromisso importante, na verdade, um propósito, e precisava cumpri-lo.

- Para onde vamos, senhora?

Flávio indagou assim que coloquei meus pés para fora de casa.

- Eu vou a um compromisso. Mas quero que
você tire o resto do dia de folga.

- Mas, senhora Bolsonaro...

insistiu ao seguir meus passos.

Eu respirei fundo, enquanto caminhava
sobre meus saltos em direção ao meu carro
estacionado na garagem. Apertei no pequeno controle, destravando o veiculo, para então me acomodar no interior da Ferrari.

- Eu não posso deixá-la sair sozinha, fui pago
para...

Abri minha bolsa escura, retirando algumas
cédulas do interior recheado, para então
voltar minha atenção ao homem que estava
ao lado de fora.

- Sr. Flávio, faça o que estou mandando, ok?
Aqui está um agrado pra você aproveitar
seu dia.

falei persuasiva e direta, enquanto colocava alguns bons reis no bolso de sua camisa.

O homem olhou para o bolso preenchido
com dinheiro, e depois voltou seus olhos para mim.

- Saiba que se me seguir, eu mando demitir
você. E não duvide que eu possa fazer isso.

soltei com um sorriso cínico, antes de voltar
a minha posição no carro, e subir o vidro da
porta.

Liguei o automóvel, ouvindo o ronco grosso
da Ferrari assim que pisei sobre o acelerador. Encarei o olhar abobalhado de Flávio, e acenei rapidamente antes de arrancar com o carro dali, deixando o segurança para trás. Mantive meus olhos no retrovisor, apenas para ter certeza que Flávio não iria me seguir, e obediente, realmente não o fez. Ganhei as avenidas São Paulinas com os pneus de minha Ferrari até o prédio de Simone.

Estacionei na vaga de costume, bem ao lado
carro da mulher, e segui para o elevador.

Toquei a campainha apenas duas vezes, e tão logo ouvi o barulho interior. Ergui a cabeça, respirei fundo, pedindo coragem para encarar aqueles olhos castanhos.

-O que você está fazendo aqui?

foram suas primeiras palavras ao notar minha presença.

- Você já foi mais receptiva, Simone. Não
é assim que se trata uma visita como eu.

falei ao passar por ela, entrando em seu
apartamento.

Olhei por todo cômodo de forma cautelosa
e precisa, apenas para ter certeza de uma
coisa. Ela estava sozinha. Girei sobre meus
calcanhares, e encarei a mulher que agora
me olhava com uma expressão séria. Simone fechou a porta, e cruzou os braços abaixo do seio, enquanto se aproximava.

-O que quer aqui?

- Quero conversar com você.

- Nós não temos nada pra conversar, Soraya.

seu tom de voz era seco, quase cortante.

- Nós temos sim, muita coisa pra conversar.

Simone assentiu, e encostou-se à pilastra de
concreto atrás de si, enquanto esperava pelo
o que e eu tinha a dizer. Ela estava incrivelmente atraente, fazendo-me praguejar por ser tão fraca aos meus desejos. A delegada usava um short de algodão cinza, que deixava boa parte de suas coxas grossas bem evidentes. Na parte de cima, apenas uma camiseta preta, simples, de alças finas, e para piorar minha
situação, sobre o tecido negro, eu poderia
notar a leve elevação de seus mamilos. Ela
estava sem sutiã. Merda!

Xeque Mate- Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora