Capítulo 9

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LARI

- então fudeu - ele diz - por que vai ser difícil me afastar agora

- será?

- tenho certeza

Ficamos um bom tempo conversando, o cobra era engraçado e apesar de ser piadista ele era um cara sério. Da pra ver isso na voz dele. Eu ainda tava indignada por ele ter apenas 18 anos mas nem imagino pelo que o mesmo passou. Era coisa demais pra assimilar.

Eu me peguei olhando bem pra ele e confesso que me deixava nervosa quando ele me olhava nos olhos. O olhar dele era firme e sedutor e eu toda pomba lesa não sabia reagir a isso né. Sentia que de alguma forma era diferente.

Enquanto esperávamos a sobremesa vimos um senhor vem velinha entrar com uma cesta de rosas. Muito lindas! Mas ninguém conotou, era de se esperar que num lugar chique como esse ninguém compraria.

- que tal uma rosa pra sua linda namorada? - o velinho diz parando bem na nossa mesma

- quanto é cada rosa? - o cobra pergunta

- 10 reais !

- eu quero todas - o cobra diz e eu olho surpresa

- eu tenho umas 30 rosas aqui, não precisa se incomodar

- e eu vou comprar todas - cobra diz

Observo calada e tudo que faço é sorrir, tudo aquilo era pra me impressionar? Ele teria que fazer melhor que isso. O senhor juntou todas as rosas num buquê só e me entregou, eu amava rosas e logo que ele saiu a nossa sobremesa chegou.

- último romântico você - falei e ele riu

- o que? Tu não gosta de flor?

- gosto mas por que comprou todas? - perguntei

- primeiro por que tu gosta de flores e segundo por que eu já vendi flores também, ninguém aqui vai comprar nada - ele diz - a única chance dele recebe alguma coisa era aqui

- é faz sentido!

Ficamos conversando e logo depois ele pediu a conta, fomos embora e eu achei divertido. Ainda bem que não perdi isso. Assim que entramos no carro coloco minhas flores no banco de trás e a Mika me mandou mensagem perguntando aonde eu tava. Mas acabei não respondendo.

Achei estranho né e considerando a relação do VN com o alemão; era melhor deixar quieto né.  O cobra saiu cantando pneu e não demorou muito pra gente chegar na rua sem saída, estava escuro enquanto ele parou o carro ali e tirou o cinto. Fiz o mesmo.

- não foi tão ruim assim né

- não foi tão ruim não - falei e ele ri

- caraio, vou ter outra chance pelo menos?

- você acha que merece?

- lógico, me comportei bem - ele diz - to merecendo muito

- se você diz né

- vai dizer que eu não mereço nem um beijo? - ele diz se inclinando na minha direção

- merece si...

Ele nem esperou eu terminar de dizer pra segurar meu rosto e me beijar, era um beijo gostoso e agressivo. E ele tinha uma língua bem grande, o que me deixou meio acesa. Seguro seu rosto e puxo ele mais pra perto.

- melhor ir pro banco de trás - ele sussurra

- tá muito apressado hein

- não tô falando disso não - ele diz - por que assim não vai dar muito certo

Ele pula pro banco de trás e eu reviro os olhos mas vou também, cobra me puxa direto pro colo dele. Safado! Mas eu apenas coloco os braços ao redor do pescoço dele e continuo a beijar. Uma de suas mãos aperta forte minha bunda e a outra aperta minha nuca. Mas eu sinto alguma coisa roçando em mim por fora da calça.

- já falei que você tá muito apressado - sussurrei - tira mão daí

- minhas mãos tão aqui - ele diz

- se não é a sua mão...

- cobra não é só apelido - ele diz e eu tenho certeza que corei naquela hora

Depois de ficar um tempo naquela pegacao eu resolvi dar um basta porque se não ia acabar rolando coisa a mais ali naquele carro. Cobra quis me levar de carro até perto de casa mas eu achei que era melhor não por que se alguém visse ia dar ruim! Logo que ele sai com o carro eu fico ali esperando ele sair pra eu poder ir pro morro.

- se divertiu? - ouvi uma voz e vejo ele saindo de trás da árvore que tem ali

A.N.A.R.C.O.S III: ASCENSÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora