Capítulo 5

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COBRA

- tá pedindo meu número? - ela pergunta mostrando aquele sorriso debochado, lindo

- depende

- do que?

- então quer dizer que o caminho tá livre?

- sim

- então eu posso tentar?

- tentar você até pode, conseguir é outra coisa - ela diz e dou risada

- quem resiste ao charme de um cara engraçado?

- você acha que é engraçado?

- e eu não sou? - pergunto e ela ri

- não, você é bobo - ela diz

- essa é a sua opinião né, mas se tu saísse comigo veria que eu engraçado pra caralho

- tá me chamando pra sair?

- depende, se tu dizer sim então tô

- não te conheço cobra e eu não saio com estranhos - ela diz

- mas tá doída pra sair

- você é convencido demais cobrinha - ela diz - tenho que ir..

- isso quer dizer que a gente vai sair?

- não lembro de você ter me chamado pra sair então se não tem convite, não tem resposta - ela diz e saí andando

Vejo ela sair andando e acho graça. Essa tal de lari era uma mina engraçada e gata, gata pra um caralho. Eu tava afim de pegar mermo, mas era complicado porque eu ia comprar briga com o alemão. Se bem que eu quero que o alemão se foda.

Fiquei sabendo que os dois moram na mesma casa e tem um filho né mas ele vive pra cima e pra baixo com uma loirinha então tenho certeza que os dois não tem mais nada. Mas se fosse pra pegar a lari, tinha que ser na encolha porque não to afim dos cara vindo falar merda pra mim.

Tinha uns dois meses que eu tava trabalhando aqui na boca pro JP e os cara até eram daora mas eu preferia ficar na minha, entrosar com eles não era uma boa ideia não. Único que eu trocava uma ideia era com o menor , o VN e o JP né. Mas fora isso, fazia meu plantão e ficava de boa.

Morava sozinho já fazia uma cota, minha coroa faleceu a um tempo então era só eu por eu é assim tava de bom tamanho. Por enquanto.

Vou andando de volta pra boca e o menor me encara de braços cruzados, ele era novo também e era com quem eu mais trocava ideia desde que cheguei. Ele tava me olhando feio porque não apoiava esse baguio de pegar ex de parceiro mas o alemão não é meu parceiro então fodase.

- tu tá arrastando asa pra ex do alemão né - o menor pergunta

- não - falei

- tá sim, e vai dar uma merda do caraio se o alemão descobrir

- alemão já tem outra muié e a Larissa é solteira

- mas é mãe do filho dele

- podia ser até vó, não ligo não - falei - ele não é meu parceiro nem meu chefe

- tu tá se metendo em uma cilada do caraio

- é só tu não abrir a boca porra - falei - mas fala aí, é ou não é uma gata?

- isso eu tenho que concordar com tu

- um filé daquele solteiro e eu vou ficar preocupado com alemão. Não fode né

- não diz que eu não avisei

Depois do meu plantão na boca fui direto pra casa, os barraco aqui no morro eram suave até. Não era grande coisa mas era bem melhor do que o lugar que eu tava antes. No outro dia, eu acordei cedo e fiquei vendo tv um pouco. Fui comprar umas roupas, fazer mercado e terminar de pintar o quarto. Tava morto e já tinha que ir fazer outro plantão.

Minha função ali na boca não era tão importante, eu só separava droga e embalava. A cocaina por exemplo, vinha separadas em pacotes mas nois vendia de pino e saquinhos então alguém tinha que separar. Maconha também. Eu literalmente via droga a noite toda e nem sentia vontade de usar, só queimar uma ponta que era de lei né.

A noite os caras tavam todos reunidos na boca, os homens de confiança do JP falando sobre metas do ano que vem, carregamentos, invasões e os caraí. Eu só ficava na minha, não me interessava só fazia o que tinha que fazer e ficava de marola com eles.

A.N.A.R.C.O.S III: ASCENSÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora