Capítulo 25

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LARI

Assim que entro em casa vejo a Lua brincando com meu filho que por incrível que pareça, se deu muito bem com ela. E considerando que meu filho estranha todo mundo, isso é uma milagre.

- você é uma Otaria sabia - falei e ela ri

- só um pouquinho - ela diz - ele parece estar babando em você né

- é sim.. meu mucilon - falei e ela olha sem entender - eu não te disse? Ele tem 18 anos

- você é uma safada - ela diz

- foi ele que me quis - falei

- como foi lá com o alemão?

- de todas as formas que ele podia ter me humilhado, usou a pior - falei - e isso eu não vou esquecer disso tão cedo

- pode ficar aqui o tempo que precisar, na verdade., eu passo mais tempo na Dubai do que aqui - ela diz - então a casa é sua

- você e o Gui tão sério?

- é.. acho que sim - Lua diz - na verdade, eu passava mais tempo lá porque não tinha ninguém pra conversar mas com você aqui, é diferente

- não estou com saudade você sua vaca - ela diz e me acerta uma almofada na cara

- vou entender isso como um sim

Ela vai fazer a janta e eu tiro minhas coisas das sacolas, minha roupas sujas de maquiagens, algumas delas rasgadas e com cheiro de perfume que quebrou. Tiro de lá e coloco tudo na máquina de lavar, as coisas do Matheus e do bebê estavam limpas e intactas pelo menos.

Como ele pode colocar as coisas no nosso filho na sacola? E ainda querer passar tempo com ele, esse Felipe é totalmente diferente de quem eu conheci. Ele estava amargo. Mas agora com certeza ele iria aprender na marra porque não tinha mais volta.

~❤️~

Encaro os dois desconfiada mas eles só se olham e dão uns risinho, óbvio que estão aprontando e pra piorar não tinha como saber que cartas eles tinham. Então o Matheus joga um bloqueio e me deixa sem jogar, depois o cobra joga um +4 e meu filho, que eu achei que estava do meu lado joga outro +4. E a idiota aqui que não tem carta vai lá e compra.

- quem compra não joga, uno - o cobra diz jogando outro +4

- uno! - o Matheus diz também e joga um +2

- mano, que palhaçada é essa? - perguntei com raiva vendo que eu não tinha uma carta de compra e comprei mais 6 cartas

- tu é péssima hein - cobra diz batendo com outra carta de compra

- eu desisto - falei - e eu sei que vocês tão roubando

- ela não sabe perder - o Matheus diz e eu encaro meu filho - eu vou jogar no celular mãezinha

- vocês estavam roubando! - falei pegando os copos e indo pra cozinha

- péssima perdedora - cobra diz vindo atrás de mim

- não tinha uma carta de compra naquele baralho - falei e ele ri - o que você quer jantar?

- então né... - ele diz olhando pra minha bunda

- tô falando de comida

- ata - ele diz fazendo graça e eu dou risada - pizza? Hambúrguer? Churrasco ?

- churrasco? Essa hora?

- nois podia ir num rodízio né - ele diz

- agora? - pergunto e ele faz que sim

- se eu soubesse que a gente ia num rodízio nem tinha comido nada hoje - falei e ele ri

- se arruma aí e vamo

Mandei o Matheus pro chuveiro pra tomar um banho rápido e fui logo trocar de roupa. Coloquei uma calça jeans e uma blusa de frio, escovei o cabelo rapidinho, logo troquei o Henrique e arrumei a bolsa dele pra gente poder ir.

Chegamos lá e era enorme, o Colonial era rodízio de pizza, mini hambúrguer e grill. Na hora que eu senti aquele cheirinho bom minha barriga esvaziou na hora e eu só pensava em comer. O garçom logo chega com uma jarra de suco de maracujá gelado e eu me sinto no paraíso.

O cobra e o Matheus conversavam o tempo todo, a real é que o Matheus era meio carente, talvez porque ele não tivesse tido um pai. Tudo bem que a mãe dele não foi uma mãe né, mas ele ainda tinha ela. Eu gostava do cobra mas querendo ou não, era só meu ficante então não era boa ideia se apegar nele ou eles criarem uma relação.

- tá moscando fia? - ouço o cobra perguntar

- tava pensando aqui - falei - vai pedir não?

- era isso que eu ia te perguntar

- pede pizza e mini hambúrguer - falei e ele me olha com cara de deboche - ah, o sabor?

- não Larissa, o prato!

- mas você é besta hein - falei fazendo uma careta

- eu posso pedir uma sobremesa? - o Matheus pergunta

- mas a gente nem comeu - falei - só depois!

- como a sua mãe perdeu no uno 5 vezes seguidas, ela não decide nada - o cobra fala e eu encaro ele achando graça - que sabor de pizza você quer?

- eu quero pepperoni com queijo - o Matheus diz

- pepperoni? - cobra pergunta

- você nunca comeu? - perguntei e ele nega - é tipo uma calabresa só que apimentada

- pode ser então

Aquela noite eu comi que eu tinha direito, comi muito mesmo. E ainda pedi uma daquelas taças da felicidade ferrero rocher que vem bastante recheio. Eu amassava os pedacinhos minúsculos de pão e carne pro Henrique comer também. Quando cheguei em casa eu tava me sentindo tão pesada que até andar era uma tortura. Mas eu fui muito feliz.

Me despeço do cobra que amanhã tem plantão na boca e vou direto pra cama, eu precisava dar um jeito na minha vida urgentemente e até estava pensando em voltar pra São Paulo. Sentia que seria bem melhor se eu ficasse longe de tudo isso, deixasse tudo pra trás mas talvez eu estivesse me apegando muito no cobra e de certa forma ele era o único que tava do meu lado agora e eu sentia que ele também estava se apegando, pra eu deixar ele assim tão fácil.

A.N.A.R.C.O.S III: ASCENSÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora