Capítulo 7

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LARI

- tem falado muito com seu pai?

- um pouco, só

- aconteceu alguma coisa?

- não tive muito tempo de falar com ele, pelo que me disse tá ficando doido com as crianças

- agora ele vai aprender a ser pai - ela diz - ele já conheceu o Henrique?

- já, ele veio algumas vezes aqui - falei e fiz uma pausa - o que tá acontecendo mãe?

- nada...

- por que você não recomeça hein? Volta a se arrumar, a trabalhar e a voltar a sair - falei - você quer passar o resto da sua vida presa aqui?

- é mais difícil do que parece

- mas ficar presa aqui não vai ajudar em nada, pode ter certeza

Fiquei um tempo conversando com a minha mãe e vi que a situação dela era pior do que parecia. Apesar de que aconteceu ainda era minha mãe e eu queria ajudar mas q minha situação não era das melhores também.

Volto pro morro e olha, subir esse morro com um neném no colo era um verdadeiro desafio. Fim de tarde e tava um calor da porra. Passando pela boca vejo o cobra, braços cruzados e a cara fechada. Será que tinha acontecido alguma coisa? Eu tava curiosa pra ir lá perguntar então decidi ir.

- oi cobrinha - falei e ele vira surpreso

- eai

- que cara feia é essa? Rolou alguma coisa?

- rolaram várias coisas na real

- alguma coisa que eu possa fazer pra te ajudar? - perguntei sorrindo

- tem muita coisa que tu pode fazer pra me ajudar

- talvez quando a gente sair você possa me contar

- quando?

- amanhã à noite talvez - falei - se você ainda tiver bolado né

- com certeza eu vou estar - ele diz e eu dou risada

- tá tonto?

- pior que tô - ele diz e vejo meu filho erguer um dos braços pra ele - teu fiote é lindo, pena que parece com o pai

- é uma pena mesmo - falei vendo meu filho apertar o dedo dele com a mãozinha pequena

- então eu te vejo amanhã à noite? - ele pergunta

- é pode ser - falei - me encontra na rua sem saída, atrás do morro umas 20hrs?

- demoro então

Subi o morro antes que alguém me visse ali com ele né, era loucura eu ficar com um vapor do morro sabendo que o alemão ia surtar? Óbvio! Mas uma hora tem que ser a minha vez né. Assim que chego em casa vejo os meninos jogando vídeo game.

- demorou hein fia, tava aonde?

- na minha mãe - falei - ela conheceu o neto dela

- tu falou com ela? Eai, saíram na mão?

- a alemão por que você não vai ver se eu tô na esquina hein?

- é mula caraio

Dei um beijo nos meninos e subi pro quarto, dei um banho no Henrique e tentei fazer de tudo pra ele não dormir mas impossível. Minha sorte foi que ele dormiu a noite toda.

No outro dia de manhã eu acordei bem disposta e aquela loucura de sair com o cobra já tinha passado, eu não queria dar um bolo nele mas não ia rolar não.

Fiz um café bem reforçado e fui fazer comida, a mãe do alemão me ajudava sempre que podia em tudo, mas tinha dias que eu tinha que me virar sozinha né. Era um saco mas era preciso.
Estou deitada no sofá com meu nenê quando o alemão volta do turno dele.

- a noite eu vou precisar sair rapidão - ele diz subindo a escada - qualquer fita me liga

- vai dar não alemão, vou sair hoje - falei com raiva

- tu vai sair pra onde fia?

- sair alemão e você vai ficar com o Henrique

- vou não, o Larissa caraio

- eu já tinha marcado, vem não - falei - não faz mais que obrigação ficar com seu filho, e eu vou sair

- Larissa...

- não tem discussão Felipe e não me estressa hein

Ele ficou lá me olhando com raiva e depois subiu a escada, folgado do caralho isso que ele é! E é assim que o alemão da a cartada que o cobra porque agora eu ia sair com ele sim.!

A.N.A.R.C.O.S III: ASCENSÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora