Capítulo 23

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LARI

- obrigada mas eu preciso de um lugar pra mim , eu tenho dois filhos e preciso de espaço

- tu que sabe Lari

- agora que o alemão já sabe, acabou a adrenalina que você gostava ?

- não era a adrenalina que me deixava interessado, era você - ele diz - e eu ainda tô interessado, nada mudou

- que bom, porque agora vai ser pior - falei

- será que não é tu que não vai mais se interessar por mim agora

- se fosse pra perder o interesse, a gente nem tinha chegado nesse ponto

Fiquei um tempo conversando com ele e depois meu pai aparece na porta dizendo que a Marta pediu pizza pra comer. Essa mulher iria acabar me matando de tanto comer. Mas logo meu pai entra no quarto e fecha a porta, me encara com um olhar desconfiado. Ai merda!

- aconteceu alguma coisa? - meu pai pergunta

- você quer que eu minta pra te proteger ou quer a verdade?

- tem a ver com o Felipe e com o que ele faz ?

- na verdade tem a ver com ele sim pai mas o que ele faz não tem nada a ver

- e o que ele fez?

- ele tá namorando - falei e meu pai faz um careta - e acho que eu também tô

- tá namorando de novo? Com quem? E me diz que ele não tem nada a ver com..

- tem - falei e vejo ele me olhar fez decepcionado

- você não toma jeito né Larissa

- você disse que queria a verdade pai - falei - é complicado, mas eu tava tão ocupada depois que eu tive meu filho que ficar vendo o Felipe esfregando o namoro dele na minha cara me deixava com raiva e pior ainda, eu me sentia um lixo pai! A minha vida era só ficar naquela casa e cuidar de criança então a única pessoa que eu podia conhecer era alguém ali de dentro

- não tem uma desculpa melhor?

- não, mas é a verdade - falei - eu melhorei sozinha mas o Gustavo tem uma parcela de ajuda nisso, ele fez eu me sentir eu de novo

- Larissa...

- pai, por favor, não para de falar comigo de novo! Preciso tanto de você, e eu sei que eu errei e não vou dizer que não vou errar denovo porquê eu sei que vou - falei abraçando ele apertado - eu te amo pai, e eu só tenho você

- eu também te amo filha - ele diz e me abraça de novo - vem, a Marta tá esperando

Ele ignorou tudo que eu disse sobre o cobra mas pelo menos não tava me ignorando. Ja era alguma coisa. Ficamos um bom tempo ali, e foi bom estar com a minha família mas a cabeça estava naquele maldito morro. Na segunda de manhã eu ia pro Rio e não tinha nem aonde ficar.

Mandei mensagem pra Lua e ela disse que eu podia ficar na casa que alugamos da outra vez. Ela me disse que estava ficando mais no Gui do que na casa então eu podia ficar lá até arruma outro lugar.

No fim do domingo assistimos um jogo do São Paulo e pra minha sorte meu tricolor ganhou mais uma, como sempre! Então eu fui dormir e colocar meus bebês pra dormir porque ele brincaram o dia todo. Tomei um banho quente e arrumei a bolsa deles.

~❤️~

Me despedir deles foi mais difícil do que eu pensava, e da Marta também. Simplesmente odiava ela e hoje é uma das pessoas que mais me ajudam, principalmente com meu pai. Ela fazia de tudo pra não deixar um clima ruim entre nós e pra ele voltar a falar comigo. Talvez ela seja a mulher certa pro meu pai mesmo.

Minha só faltou chorar e eu também, sentia saudade dela e de quando morávamos juntas mas ela tava melhor com eles aqui em São Paulo. O juíz não errou em tirar ela da minha mãe, foi a coisa certa a se fazer.

Meu pai me levou até a rodoviária e fomos o caminho em silêncio, ele tava decepcionado e preocupado também. Não julgo. Mas não ter ele me ligando ou dizendo que me ama, e não querendo nem estar no mesmo lugar que eu, me acabava comigo.

Assim que chegamos lá, ele me acompanha até ônibus e logo abraça o Matheus. Ajuda ele a pegar a bolsas, e depois ele brinca com meu filho antes de se dirigir a mim. Sinto meu coração apertado.

- você ainda me ama? - perguntei

- claro que amo - meu pai diz me abraçando - me promete que você vai se cuidar e que nada de ruim vai acontecer?

- eu te prometo pai - falei - e eu te amo e sinto muito por te decepcionar

- também te amo filha - ele me dá um beijo na testa

Logo eu entro no ônibus e vou o caminho todo pensativa, quando eu chegasse lá ia ser um inferno e eu não saberia o que fazer. Deixo meu celular com o Matheus que fica jogando já que o mesmo tá entediado e pelo visto até eu iria ficar.

Parecia que aquele ônibus não iria chegar no Rio de Janeiro nunca e pra piorar, 6 hora precárias ali dentro e mais 45 minutos da rodoviária até a casa da Lua. E aceitou de bom grado ficar com os meninos até eu ir no morro, eu não tinha nem tomado banho e nem trocado de roupa só fui direto pra lá.

Eu aviso o cobra que tô indo falar com o alemão e subo direto pra casa dele, encaro aquela casa antes de entrar e parece que eu tomei uma garrafa toda de café. Meu coração tava elétrico e assim que entro em casa eu dou de cara com o próprio alemão sentado na sofá com a Bianca em cima dele. E eu vejo no canto da sala uns sacos de lixo, minhas coisas.

- eu fico uns dias fora e já põe ela pra dentro - falei sabendo que a briga ia ser feia

A.N.A.R.C.O.S III: ASCENSÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora