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Benício⚡

1 semana depois...

Depois de um mês e alguns dias no hospital, minha irmã finalmente tinha recebido alta.

Ela já estava a caminho de casa com os meus pais, que dedicaram cem por cento do tempo a ela o que eu acho que colaborou fortemente para a melhora dela.

Escutei a campainha tocar e fui abrir a porta imediatamente.

Lá estava ela dormindo vestida de roupinha branca dentro do bebê conforto, a obra mais preciosa que eu já vi.

Ao lado dela estava minha mãe me olhando fixamente sem deixar transparecer nenhum tipo de reação, o que fazia a situação ser levemente constrangedora.

Meu pai segurava o bebê conforto com todo o cuidado do planeta terra e não era pra menos. Ele parecia exausto mais ao mesmo tempo muito feliz e aliviado por estar em casa, aparentemente ele tinha muito medo de perde-lá assim como aconteceu com o Benjamin.

Dominique:Precisamos passar, vai ficar aí parado? - Disse com a arrogância de sempre, ela estava de volta. Dei espaço e ela foi entrando carregando a bolsa da Ísis.

Eliot:Oi filhão - Me abraçou de lado e me deu um beijo na testa.

Benício:Tava com saudade - Ele sorriu - E aí gatinha - Me abaixei ficando na altura do bebê conforto.

Ela olhava atenta a cada palavra que eu dizia, era como se ela tentasse me entender. As mãozinhas não paravam quietas e ainda fazia bico como se quisesse falar.

Sorri pra ela enquando ela me olhava com aqueles doces olhinhos, mas logo me fechei quando a minha mãe pegou o bebê conforto a levando pra longe de mim.

Acho que qualquer tentativa de me aproximar da Ísis seria em vão, já que era a última coisa que a minha mãe queria. Eu tinha medo, muito medo de ter que acompanhar a minha irmã crescer olhando de longe.

Dominique:Olha quem chegou! - Disse animada enquanto o Natanael descia as escadas.

Natanael:Oi lindinha - Disse animado enquanto se aproximava dela.

Começou a falar com a Ísis e perguntar várias coisas sobre a bebê pra minha mãe enquanto eu e o meu pai observavamos calados.

Eu ainda estava imóvel, talvez eu tivesse desacoatumado a viver no caos que a minha mãe me tratava.

Eliot:Tudo bem? - Me olhou preocupado.

Benício:Aham... - Sorri fraco e fui pro meu quarto evitando falar qualquer coisa.

Me tranquei lá por um tempo, até sentir a minha saudade diária da Lua.

Desde que saiu as pressas da festa do Kim,ela nunca mais falou comigo.

Ela não aparecia na faculdade tão pouco atendia as minhas mensagens ou ligações.

Não insisti mais pra não parecer desesperado, mas algo me dizia que alguma coisa estava errada.

Decidi ir até a casa dela.

Tomei um banho rápido e saí do banho vestindo a primeira roupa que eu vi no guarda roupa.

Passei perfume e arrumei o meu cabelo.

Saí de casa sem que ninguém notasse.

Peguei o carro e saí daquela casa indo em direção a da Lua.

...

Cheguei lá em questão de minutos.

Toquei a campainha umas três vezes até uma mulher abrir a porta. Era a mãe da Lua que eu conhecia das novelas famosas da TV.

Benício:Oi Celine - Falei morto de vergonha.

Celine:Benício, não é? - Assenti e ela respirou aliviada - Ainda bem que você veio - Me chamou pra dentro e fechou a porta assim que eu entrei.

Benício:O que tá acontecendo com a Lua? - Perguntei enquanto ela me guiava pra algum lugar dentro daquela mansão.

Celine:A Lua recebeu uma notícia ruim e acabou que isso afetou muito ela, agora ela não come direito, não dorme, não consegue nem ir pra faculdade - Me disse com certo desespero - Me ajuda por favor - Praticamente implorou enquanto abria a porta do quarto dela.

Entrei no quarto gigante dela cheio de frufru e me aproximei da cama, a Lua estava encolhida debaixo de um monte de coberta.

Benício:Lua?! - Toquei nela que permaneceu imóvel - Fala comigo - Ela nem se mexeu. A mãe dela saiu com a mão no peito, provavelmente triste com essa situação - O que tá acontecendo com você minha Lua? - Ela finalmente deu um sinal de vida quando tirou as cobertas do rosto.

Ela tinha uma expressão completamente triste, como se o fantasma do medo assombrasse ela sempre que podia.

Lua:Me tira daqui por favor - Susurrou implorando.

Benício:Vem comigo - Peguei a mão dela e ela se levantou com dificuldade, provavelmente fraca.

Fomos saindo dali e encontramos a mãe dela no final da escada.

Celine:Onde estão indo? - Perguntou curiosa.

Lua:Sair um pouco, eu preciso de um tempo longe desse caos que virou as nossas vidas - Ela assentiu dando espaço pra gente passar.

Levei ela pro carro e a coloquei no banco do passageiro.

Segui caminho indo pra cobertura duplex que eu tinha comprado, lá era o lugar mais tranquilo que eu poderia levar ela.

Ela estava encolhida no banco sem dizer uma palavra se quer.

Chegamos lá em uns trinta minutos.

Coloquei o carro no estacionamento e nós descemos.

Como os seguranças já sabiam que eu tinha chegado, ficaram nos esperando na porta pra evitar tumulto dos meus fãs com a nossa chegada.

Subi rápido com a Lua porque já tinha gente vindo em nossa direção.

Finalmente chegamos na cobertura.

Entramos e eu logo ascendi as luzes, a Lua observava tudo calada.

Benício:Quer falar sobre o que tá acontecendo com você?

Lua:Não agora, quero esquecer um pouco - Eu concordei - Você parece triste também, aconteceu algo?

Benício:Nada de novo, acho que a gente tá na merda junto - Ela sorriu pra mim pela primeira vez naquele dia - Vem, bora tomar um banho - Segurei a mão dela e ela me seguiu sem questionar.

Fomos pro banheiro.

Liguei o chuveiro e a gente entrou debaixo dele com roupa e tudo.

Abracei ela que se encolheu nos meus braços e agarrou a minha camisa como se nunca mais quisesse me soltar

A água caia sobre as nossas cabeças atormentadas pelas más notícias, ela chorava baixo, a minha Lua estava inconsolável.

Eu não sabia o que tinha acontecido com ela e nem questionei demais pra não invadir os limites dela.

A única coisa que eu queria naquele momento era amenizar a dor dela, mesmo sabendo que tudo em meu coração também doia.

A Lua e euOnde histórias criam vida. Descubra agora