Benício⚡
Era estranho voltar a vida já que não era isso que eu imaginava que iria acontecer.
Tudo tinha se tornado diferente em questão de dias, um exemplo disso era a insistência da minha mãe em fazer contato comigo, ela me ligava diversas vezes no dia, mas eu nunca atendi, não conseguia fazer isso comigo.
Porque só se importou depois do que aconteceu? E se eu não estivesse mais aqui? Ela nunca mais me ligaria porque aí sim eu não poderia atender.
Era esquisito demais o que minha vida tinha se tornado.
Faziam exatas três horas que eu estava sentado na cama do quarto de hóspedes em completo silêncio, que por um momento eu até tinha esquecido da minha própria voz.
Me levantei e abri a porta, lá estava o salsicha que eu tinha adotado no dia anterior, não sei se adotá-lo tinha sido uma boa ideia até porque nesse momento eu não sabia nem cuidar de mim. Mas lá estava ele balançando o rabo enquanto me olhava com aqueles grandes olhos expressivos.
Me Agachei e fiz um carinho nele que parecia alegre em me ver, sorri sozinho.
Andei nos corredores até chegar na porta do quarto da Lua junto com o salsicha.
Bati na porta mas logo me arrependi depois de ver no relógio de parede que ainda eram seis da manhã, meu sono estava completamente desregulado.
Tentei sair de fininho mas parei quando a porta se abriu.
Ela era linda até acordando as seis da manhã.
Lua:Tá tudo bem? - Perguntou esfregando os olhos.
Benício:Tá - Sorri sem jeito - É só que eu queria ficar com você, mas esqueci que era tão cedo.
Lua:Entra aqui vai - Me puxou pra dentro do quarto e deu espaço pro salsicha entrar.
Ele deitou em uma caminha que eu tinha comprado pra ele e que Lua tinha colocado no quarto dela pra ele se adaptar com a gente.
Lua:Tá tudo bem mesmo? - Ela perguntou preocupada.
Benício:Vai ficar - Seu olhar entristeceu.
Lua:O quê tá te aflingindo? Pode me contar se quiser - Se sentou na cama.
Benício:Não sei, não consigo dormir direito, posso dormir com você? - Me sentei do lado dela.
Lua:Claro - Se deitou e eu deitei ao lado dela.
Ela me puxou pra perto e eu a abracei forte.
Fechei os olhos tentando dormir mas por algum motivo eu não conseguia adormecer, mas ela sim, escutava ela respirar o que de certa forma me acalmava.
Fiquei ali por uma hora e depois me levantei ainda sem sono.
A Lua ainda dormia feito um anjo.
Abri a porta devagar pra não acordar a Lua nem o salsicha.
Fui pra cozinha e me sentei em um banquinho que dava visão para o jardim da casa, onde havia o jardineiro que cuidava de lá.
Fiquei observando ele cuidar de tudo com amor e felicidade, uma felicidade genuína, deve ser bom se sentir assim.
A porta principal se abriu e os pais da Lua entraram com diversas malas, eles acabavam de voltar do hospital onde o Otto tava internado fazendo alguns exames.
Celine:Olá meu querido - Se aproximou com um sorriso reconfortante e me abraçou - Como você tá? - Perguntou me soltando.
Benício:Oi Celine, eu tô bem - Sorri sem jeito.