Lua🌙
Era a quinta vez que estávamos no hospital somente naquela semana, a cada dia que se passava meu pai estava pior que antes e isso me causava pânico.
Estava na sala de espera com a minha mãe esperando notícias do papai.
Dra.Jade:Olá meninas - Veio com seu otimismo de sempre - O Otto está melhor, foi só mais uma crise - Minha mãe colocou a mão no peito e respirou aliviada.
Celine:Graças a Deus Jade, estava preocupada.
Dra.Jade:Pois já está quase tudo certo.
Lua:Quase? - Ela assentiu.
Dra.Jade:Sim, gente o Otto está bem agora, mas nada garante que ele estará bem amanhã, o câncer está progredindo rapidamente, o tumor não para de crescer e quanto mais grande pior a remoção, o que aumenta ainda mais os riscos - Eu e minha mãe nos entreolhamos, a gente já não sabia mais o que fazer - Vou ser sincera com vocês, o Otto está correndo perigo, se ele não fazer a cirurgia o quanto antes já sabemos o que vai acontecer.
Celine:Eu sei, eu sei... Vou ter uma conversa com ele, farei o que puder - A doutora assentiu.
Dra.Jade:Tudo bem - Deu um meio sorriso - Já podem ir vê-lo se quiserem - Ela saiu pelo corredor e eu e a minha mãe seguimos até o quarto.
Fui o caminho todo pensando na fala da doutora. Sempre fui muito bem resolvida em relação aos meus sentimentos, nada me abalava muito, mas confesso que a situação do meu pai estava me desestabilizando.
Entramos no quarto e ele já foi sorrindo.
Lua:Pai já chega! - Ele me olhou surpreso.
Celine:Calma querida - Segurou no meu ombro.
Lua:Para de querer morrer - Falei perdendo as estribeiras.
Otto:Eu não quero morrer.
Lua:Então porque não faz a cirurgia? - Perguntei indignada.
Otto:Justamente por isso, eu também posso morrer na cirurgia, quero prolongar a minha vida o quanto eu puder pra ver você crescer - Ri desacreditada.
Lua:Pai, você não percebe que já está morrendo? Qual a chance de viver por pelo menos mais um ano com um tumor desse tamanho no pulmão? - Gestuculei de modo rápido - Desse jeito nunca me verá crescer - As palavras saíram automáticas da minha boca.
Celine:Lua Althaus! - Disse entredentes
Lua:Ué e eu menti? - Reforcei.
Otto:Ela está certa amor - Olhou pra minha mãe.
Lua:Pois muito que bem - Soltei um suspiro - Você vai fazer a cirurgia?
Otto:Não - Olhei incrédula pra ele.
Lua:Não é possível - Falei puta enquanto pegava a minha bolsa.
Celine:Calma Lua, não é assim que se resolve as coisas.
Otto:Espera aí Lua, talvez eu faça... - Saí antes que ele me dissesse mais alguma asneira.
Saí daquele hospital furiosa, pedi um Uber e fui pra casa em questão de minutos
Cheguei lá me jogando no sofá respirando fundo. Como alguem pode não se esforçar pra viver? Não me entrava na cabeça que o meu pai estava com medo, nunca tinha visto ele agir assim.
Já eram cinco da tarde, tinha passado o dia no hospital então decidi tomar um banho.
Fui pro meu quarto e joguei as minhas coisas na cama.