O dia infernal

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Amanda estava indo para a casa do Fred quando recebeu o telefonema de Dona Lourdes. Manoel, o marido dela, tinha tido um infarto e estava no hospital. É, ela passava o número dela para os pacientes caso precisassem de algo.

Amanda avisou Larissa que iria mais tarde. E correu para o hospital. Ao chegar vestiu os aparatos e foi para a UTI. Mas quando chegou as coisas já estavam sob controle e ela se deparou com Arthur abraçando Dona Lourdes. Os dois visivelmente felizes.

- Menina, que bom que você veio. – Dona Lourdes disse recebendo o abraço de Amanda. – Peço perdão por te incomodar, mas eu tive medo, muito medo.

Amanda sorriu para Dona Lourdes. Seus pacientes confiavam nela. Isso era o que mais importava para ela.

- Ele já está bem. – Arthur disse olhando para Amanda. - Vai precisar de um dieta e exercícios físicos, mas a Dona Lourdes já disse que cuidará de tudo.

- Dona Lourdes, a senhora já pode ser o seu marido. – Maria acompanhou Dona Lourdes ao quarto.

- Ela está indo para a área particular? – Amanda disse preocupada.

- É, digamos que eu dei um jeito. – Arthur disse sem graça. Ele viu o desespero nos olhos da senhora quando ela chegou ao hospital. O motorista do táxi carregava Manoel que mal respirava. Ele precisava ajudar. Então, ele ajudou.

Anos e anos trabalhando em centro de diagnóstico de áreas particulares. Ele jamais havia vivido a adrenalina na terapia intensiva. E era surreal, necessitava que todos pensassem rápido. Enfermeiros e médicos, todos juntos em perfeita sincronia.

- Obrigada, Doutor Sonnem. – Amanda disse sem sorrir, mas com um olhar terno. – Obrigada mesmo.

Arthur a encarou. Ela era realmente especial. Ele sentia o amor pela profissão exalando dela. E ele admirava.

- Me deve um café. – Arthur sorriu para ela com os olhos úmidos do abraço com Dona Lourdes. – Brincadeira, eu nunca me encontrei na medicina sabe? E aqui, no plantão, eu senti algo que jamais havia sentido. Salvar a vida de alguém, Doutora. O que você faz é único.

Amanda ficou sem graça e reparou que ele já havia chamado ela para uns 20 cafés. E ela sempre estava recusando, não queria contar a sua história triste. Mas naquele momento sentia muita gratidão por Arthur. Então, decidiu ser legal.

- Está tarde para o café, mas tenho uma ideia melhor. – Ela disse sorrindo pela primeira vez para ele.

Amanda sabia que ele era bonito, bonito não, incrivelmente lindo, ele tinha 1,90 e os cabelos loiros que  brilhavam com os olhos verdes. Mas ela jamais o olhou para ele de certa forma, nem naquele momento em que estava grata. Ela não tinha olhos para mais ninguém. Mas ela sabia que Antônio estava vivendo, ela via as fofocas. Então, não teria problema ela levá-lo na casa de Fred.

(EITA, AMANDINHA ❤️‍🩹)

O universo de nós dois - Amanda (DocShoes) Onde histórias criam vida. Descubra agora