Paris

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- Abre os olhos! – Antônio tirou as mãos dos olhos dela enquanto a deixava enxergar da varanda a torre Eiffel.

Amanda nem sabia para onde iriam quando aceitou entrar naquele jatinho com ele. Foi logo depois de conversar com Dona Lourdes após a perda do marido. Amanda não queria nunca mais se distanciar  de Antônio. Ela queria viver com ele e estar com ele e ser com ele

O apartamento selecionado por ele para isso. Para que ela pudesse ver a segunda coisa  mais linda de Paris.

- A segunda coisa? – Ela perguntou para ele enquanto ele entregava uma taça de champanhe nas mãos dela que sorria de orelha a orelha.

- A primeira é exclusivamente minha. – Antônio disse segurando o rosto dela com uma mão e a beijando enquanto ela colocava a taça de forma desajeitada na mesa da varanda. – Eu senti tanto a sua falta. – Ele sussurrou a encarando. – Mas tanto. Eu achei que tinha acabado e...

Ele não conseguiu terminar, pois Amanda colocou o dedo nos lábios dele em um gesto de silêncio.

- Nunca vai acabar. – Ela disse sorrindo. – Eu nunca mais vou embora, meu amor.

Antônio a segurou nos braços e a levou para dentro do apartamento, amanhã veriam Paris. Hoje queriam ver apenas um ao outro.

Amanda abriu os olhos lentamente. Os lábios se curvaram em um sorriso quando o viu ainda de olhos fechados virados para ela. Ela passou a mão pelos cabelos enormes que ele deixava apenas para agrada -la. Antônio sorriu ao perceber o carinho e despertou a encarando.

- Oi, meu amor! – Amanda disse sorrindo enquanto ele passava a ponta dos dedos no rosto dela.

Antônio sentiu uma saudade devastadora enquanto estavam separados e agora, agora tudo estava em seu devido lugar. Como se o universo estivesse novamente para eles.

- Oi! – Antônio respondeu quase sussurrando. – Eu estava com tanta saudade. – Ele disse a observando sério. – Lembra? Nós combinamos que queríamos vir para cá ainda lá na casa.

Amanda se lembrava disso. Na realidade, ela se lembrava de cada minuto ao lado dele. Ela se lembrava de como Victoria a fez assistir ele falando dela na casa, de como ele a amava, a admirava. Ela se lembrava de ver em looping as cenas em que o amor da sua vida dizia o quanto ela era perfeita.

Ela o amava, amava cada detalhe dele. Amava seu jeito teimoso, a mania de dormir cedo, nunca beber álcool, discutir para defender seus ideias por mais simples que fossem.

Agora, ali, naquele momento, ela não entendia como pode passar um ano longe dele. Ou como poderia ter cogitado estar com outra pessoa mesmo que por um momento. Não havia ninguém no mundo para ela como Antônio Carlos.

E ela sabia que era recíproco.

Antônio estava nervoso. Claro que estava. Enquanto passeavam por Paris, ele cogitava a melhor hora de fazer aquele questionamento. O anel guardado em seu bolso estava esperando a muito tempo por aquele momento. Mas, de alguma forma, ele não achava o momento ideal e nem o discurso ideal. A sua ansiedade pensava em milhares de coisas que poderiam sair errado. E ele estava travando, ele não podia estragar aquele momento.

Amanda sentiu a pulsação dele. Ela sempre notava quando ele ficava mais agitado e aqueles dias haviam sido muito agitados para ele. Mas, ela simplesmente achou que o melhor era distrai-lo de tudo e viver o momento deles e assim, a viagem foi um sucesso.

Quando chegaram em Miami, Antônio ainda aguardava o momento ideal para fazer a pergunta.
E Amanda escrevia uma carta.


O universo de nós dois - Amanda (DocShoes) Onde histórias criam vida. Descubra agora