Pós jantar

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Amanda contava todos os acontecimentos para una Vitória que ria pelo celular e para Larissa e Aline que riam na cara dela.

Boas amigas, graças a Deus, ela pensou.

- Ele disse isso das roupas do médico? – Larissa perguntou gargalhando. – Não que eu concorde com ele. – Ela disse após Amanda a fuzilar com o olhar.

- Mas que ele é sagaz ele é. – Vitória disse rindo. – Aí que saudade desse meu cunhado.

Sapato era unanimidade entre todos da família e amigos de Amanda. Ele conquistava qualquer um que chegava. Era um ímã de boas pessoas.

- Enfim, não dava para esperar algo diferente né? Ele ama você e é óbvio que ele ficou em choque de vê-la ali. – Aline disse sorrindo para a Amanda.

- Acho que ele reagiu bem. Nem rolou uma crise de ciúmes. – Larissa completou.

- E as modelos que ele ficou tudo bem né? – Amanda disse debochada.

- Espera aí Amandex - Vitória disse através da tela do celular. – Ele ficou com as modelos porque você literalmente o deixou. Já ele está em São Paulo como um homem apaixonado atrás do amor.

Amanda refletiu. Era verdade. Ela o havia deixado na fossa e ele resolveu pegar geral. Mas ela ainda assim se sentia mal com isso.

E agora ela tinha Arthur que era praticamente de outro mundo. Ele e Antônio não combinavam em absolutamente nada, eram como água e óleo. Amanda sequer imaginava os dois no mesmo ambiente.

Mas ela ainda sentia falta dele. Ela sentia falta dele todos os dias. Quando ela estava com Antônio era tudo tão fácil. O que os separou não foi ele ou algo que ele fez foi a realidade em que viviam.

- Vocês são terríveis. – Amanda disse séria encarando as três amigas.

Larissa olhou para Victoria e Aline e riu.

- Não, meu amor, nós só somos DocShoes.

Amanda revirou os olhos e de levantou.

- Deixa eu ir trabalhar que eu preciso distrair. – Amanda foi se trocar para iniciar mais um plantão.

E o pior de tudo, Arthur estaria lá. E ela teria que lidar com a chacota que foi o jantar. Quando ele a deixou em casa, ela praticamente pulou do carro e nem olhou para trás tamanho o constrangimento. E agora teria que dividir um longo plantão ao lado dele.

Ao sair do vestiário, para o desespero dela, ela topou com ele de cara.

- Oi, Amanda. – Arthur disse tranquilo enquanto passava já com um prontuário em mãos.

Arthur tinha tirado algumas lições daquele jantar. Ela o amava e ele a amava. E quando Arthur dizia "ele" queria dizer o lutador gente boa. Ele não insistiria em alguém que claramente tinha assuntos mal resolvidos por mais que ele a adorasse.

- Arthur, eu sinto muito por ontem. – Amanda disse quando o encontrou pela segunda vez no dia.

Amanda realmente de sentia constrangida com tudo que aconteceu. Ela sentia que Arthur realmente tinha de esforçado pelo jantar.

- Não sei do que está falando. – Arthur disse de virando para ela sorrindo. – Foi tudo bem.

Amanda entendia que ele queria ser legal, porque claramente não havia sido tudo legal.

- Foi tudo péssimo. Aquele restaurante era o meu favorito com o Antônio. Sempre que estávamos no Brasil almoçavamos e jantavamos la. – Amanda começou. – Foi lá que nós brigamos pela primeira vez também. Enfim, muitas lembranças.

- Desculpa, eu não sabia. – Arthur disse segurando a mão de Amanda em um impulso. Quando ele percebeu que ela olhava para a mão dele segurava a dela retraiu a mão. – Me desculpa por isso também.

Arthur sorriu para Amanda e completou.

- Caramba, estou parecendo um adolescente.

Amanda riu. Arthur era perfeito. Além de parecer um modelo daqueles comerciais de perfume, ele era educado e gentil o tempo todo.

- Tudo bem, me desculpa mesmo. – Ela repetiu. – Eu sinceramente não sei o que aconteceu comigo.

Arthur a encarou sério. Era óbvio que ela era perdidamente apaixonada pelo lutador. Ele viu com seus próprios olhos as reações que ela tinha perto dele. Ela simplesmente não conseguia desviar o olhar dele, era como se ele a hipnotizasse.

- Acho que sabemos o que aconteceu com você. – Ele a encarou no corredor vazio as 3 da manhã. – Resta você admitir para você mesmo.

Amanda sabia o que ele queria dizer. Ele tinha percebido como todos percebiam que perto de Antônio ela perdia qualquer jeito que um dia já teve. Ela não queria sair do controle de novo e se inserir em um mundo que não era o dela. Ela também não queria prejudicar Antônio e o tirar da vida que ele tanto amava. Ela amava Antônio demais para atrapalhar a vida dele. 

-  Mas eu não quero. – Amanda disse com a voz embargada. Em breve ele iria embora para a vida dele e ela ficaria sozinha.

Arthur a abraçou sem pensar muito enquanto as lágrimas escorriam pelo rosto dela.

- Ele vai embora e vai voltar para a vida dele. Não posso atrapalhar. – Ela repetiu baixinho para ele.

- Você jamais atrapalharia a vida de alguém. – Arthur disse segurando o rosto dela entre as mãos. – Você é incrível, você é linda, você é uma mulher competente, inteligente, deslumbrante. – Arthur dizia e Amanda estava em choque  com todos aqueles elogios que ela só ouviu da boca de Antônio. – Desculpa, eu, não sei que dizer. – Arthur disse de afastando bruscamente.

- Arthur, eu. – Amanda não conseguiu terminar a frase, porque ele já tinha virado o corredor.

Naquele dia, Arthur fugiu de qualquer possibilidade de encontro com Amanda. Agora era ele que estava constrangido.

(Vem aí chagas DocShoes 😂❤️‍🩹)

(Vem aí chagas DocShoes 😂❤️‍🩹)

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O universo de nós dois - Amanda (DocShoes) Onde histórias criam vida. Descubra agora