CARTAS NA MESA

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Há pouco mais de um ano, a minha visão do mundo era bem genérica. Ele tinha sim seus pontos negativos, mas nada que a força de vontade de um herói e um belo sorriso no rosto não resolvesse.

Antes eu tinha todos os motivos para considerar a minha vida um verdadeiro lixo: um amigo de infância sádico e cruel, a falta do critério mais importante para a realização do meu maior sonho e a ausência de um pai.

Entretanto, com todos os altos e baixos da minha trajetória até aqui, surpreendentemente eu fui conquistando todas essas coisas. Conheci meu herói espelho, aquele a quem sempre dediquei todas as minhas esperanças o poderoso e sorridente All Might. De quebra, hoje em dia ele é quase um pai para mim... talvez seja realmente um pai. E foi ele, meu mentor que me deu sua individualidade, foi ele quem me presenteou com o único critério que faltava para me tornar o maior e mais carismático herói de todos. E quanto ao meu melhor amigo de infância? Aquele cuja o temperamento se assemelha a um vulcão em erupção... Katsuki Bakugo, o loiro apimentado, o motivo de todo meu colapso. O garoto que futuramente seria assumidamente meu amor avassalador. Aquele que me feriu por diversas vezes, e que hoje, por livre e espontânea vontade, cicatriza esses mesmos machucados, com palavras doces e sinceras, beijos e afagos.

Realizei todos os meus caprichos, todos os meus sonhos. Estava tudo perfeito. Mas eu cedi, baixei a guarda... esqueci como realmente era a vida de um herói. "Em troca de vidas, você abdica de sua própria paz!"

Em uma certa luta do All Might e do Rei Demônio All For One, metade de uma província do Japão foi varrida. Não houve baixas, a evacuação havia sido um sucesso. Por algum motivo, amostras do sangue do vilão foram coletadas. E aquele frasquinho pequeno, frágil e com gotas do sangue mais impuro do planeta, seria o estopim... o marco inicial, da criação que a população chama hoje como O VILÃO NÚMERO TRÊS!


CALIFÓRNIA ( 2 DIAS APÓS A LUTA DE IIDA E SHOTO VS DABI E HIMIKO TOGA)

IZUKU MIDORIYA-

-Entendi. Tudo bem Aizawa. Eu compreendo. Fomos negligentes e sem instrução. Eu vou resolver essa situação.- desliguei.

-E ai? Meu filho vamos lá? O que o sensei disse Midoriya?- Kirishima perguntava desnorteado. Sua ansiedade me deixava mais irritado e preocupado do que já estava. Também né? Considerando o conteúdo da ligação do Aizawa, qualquer pingo de preocupação era necessária. Como foi que eu deixei a situação sair do controle assim?

-Bom crianças... pelo que parece o filho da puta do Tomura, descobriu minha identidade. E é meio óbvio que ele não vai demorar muito a surgir com seus capangas e tudo mais. Estamos mesmo muito ferrados! - esfreguei a cabeça em angústia. Agora pronto! Eu deixei todos os meus planos descarrilharem como uma locomotiva sem freio.

-Precisamos voltar para a U.A!- Kacchan disse calmo e pensativo. Ele me fitava com preocupação, aposto que ele daria a vida para saber no que estou pensando.

-Eu concordo! É mais seguro!- Kirishima concordou.

-Estávamos despreparados. Era bem óbvio na verdade.- Iida comentou sério como de costume.

-Vão! Voltem! Eu vou ficar e lutar. Não há mais táticas, planos e nem truques na manga. Eu contra o Shigaraki na porradaria franca. À moda antiga! - me levantei decidido. - Vocês não precisam me acompanhar. É suicídio. Na verdade eu nunca precisei mesmo da ajuda de vocês.- ah se eles soubessem!

-Não acha isso enjoativo Deku? - Uraraka perguntou despretensiosa.

-Como?

-Essa sua armadura mal feita? Esse seu lance de usar grosseria, deboche e raiva para afastar aqueles que você ama?- ela estava séria, mas algo indicava que ela realmente queria uma resposta, mesmo já tendo conhecimento da mesma.

𝐕𝐞𝐫𝐝𝐞 𝐞́ 𝐚 𝐜𝐨𝐫 𝐝𝐨 𝐦𝐚𝐥Onde histórias criam vida. Descubra agora