PAIXÕES E TRUNFOS

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Por um certo tempo eu me imaginei travando essa guerra sozinho. Mas era claro que ele não me abandonariam.

Os alunos da U.A. Da turma 1-A. Os meus amigos.

A noite estava chegando. Eram tantas coisas para assimilar, que o pessoal havia dormido. Eu pelo contrário, estava inquieto. Não sei bem com o que exatamente.

E estava agora encima do telhado da casa, observando o por do sol. A América era realmente quente em alguns lugares. apesar da brisa me dar leves calafrios.

Como sempre, eu estava perdido em pensamento. Navegando nas possibilidades, desbravando todas as equações. Mas fui desperto por passos no mesmo telhado que eu. Era Kacchan.

Ele sentou-se ao meu lado e vislumbrou os derradeiros feixes de luz que emanavam do sol, com seus lindos e expressivos olhos carmesins. E enquanto o sol dava lugar a penumbra da noite, ele se matinha em silêncio. Até que cabisbaixo se virou para mim:

-Eu estou muito feliz. Feliz por toda aquela loucura de ser vilão não ter passado de uma farsa. Contudo... é natural que eu me pegue imaginando se... se por acaso, a gente... também foi uma ilusão.- Então era isso. Com seu semblante quebrado, ele me olhava atentamente, buscando esperança talvez?

-Katsuki Bakugo! Desde que eu me conheço por gente, eu... me vi correndo atrás de você. Era admiração genuína. Me arrisco a dizer que a minha admiração por você era ainda maior que a do All Might...

-Era...

-Não é como se minha admiração por você tivesse morrido.- me virei para o horizonte ainda iluminado com uma frágil luz rosada. - Ela só... evoluiu. -me virei e sorri.

-Como assim?- seu semblante de preocupação e receio era um tanto cômico, não vou negar.

-Não me lembro quando. Mas em um determinado momento, a minha maneira de te olhar, mudou. Todas as vezes que conversávamos, e que você brigava e gritava comigo, meu coração acelerava. É certo que eu tinha medo de você naquela época, mas ainda assim havia um "mais" em todo aquele sentimento. O medo de nunca sermos próximos, o "badum" que meu peito fazia sempre que te via de longe, e chegava a falhar quando você chegava perto. Eu tremia quando nos encontrávamos por acaso. Era como uma eterna montanha russa. Ver você evoluindo mesmo não sendo melhores amigos, me deixava tão feliz! Foi só aí que eu percebi. Minha admiração não morta, o meu receio de não termos um laço e todos os momentos que nos trouxeram aqui...

-O que você percebeu Izuku?

-Que eu te amo Kacchan! Verdadeira e genuinamente. Amo como nunca amei alguém antes. E como poderia? Quando você é o único que me ascende por dentro.- chorar nesses momentos era natural certo? Por que nesse exato momento eu me encontrava com um fino rastro de lágrimas pelo meu rosto, enquanto observava o semblante surpreso de Katsuki Bakugo. - Eu sinto muito se eu não...

Eu ainda tinha tantas coisas a dizer. Mas o beijo ardente do Kacchan havia me interrompido. E era tolice fingir que eu não amava essas interrupções. Seus lábios macios e quentes, seus braços torneados me envolvendo na penumbra da noite, debaixo de um céu não tão estrelado. Eu realmente o amava! Ele então, interrompeu o seu beijo, me fitando sério, e ainda assim com um "Q" de paixão.

-Eu tive medo. Medo de que você pudesse me machucar!- disse afundando seu rosto aquecido no meu pescoço. - Medo de que você me machucasse, assim como tantas vezes eu te machuquei. - apesar de não demonstrar, eu saiba que ele estava chorando. Pois senti sua lágrima escorrer pela minha pele.

-Kacchan, não se...

-Deku! Cala a boca. Eu não posso mais continuar, sem me reparar de verdade. Eu te machuquei, não uma, duas ou três. Foram várias vezes. Não só fisicamente, mas... machuquei seu coração também. Eu não mereço eu sei, mas... me perdoa! Perdoe-me por se tão fraco e por muito tempo não reconhecer a sua força! Você já sabe, mas... eu te amo Izuku Midoriya, desesperadamente. Eu sinto muito! E mesmo que de fato não me perdoa, eu irei seguir você, protege-lo e amá-lo cm todas as minhas forças até o meu último suspiro.

𝐕𝐞𝐫𝐝𝐞 𝐞́ 𝐚 𝐜𝐨𝐫 𝐝𝐨 𝐦𝐚𝐥Onde histórias criam vida. Descubra agora