Meu Número 1

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-Eu não sei exatamente o que dizer. É claro que estou feliz por estar no topo do Ranking mas, não sei se mereço de fato. Mas ainda assim, eu aceito de bom grado este prêmio. E dedico a todos aqueles que foram afetados de alguma forma pelas últimas ocorrências. Dedico a minha família, a meu pai e minha mãe. Dedico aos meus amigos e professores. Dedico aos heróis valentes que lutam e se sacrificam por esse país. E dedico a você Deku.- Katsuki inclinou a estatueta em direção a Deku abraçando-o. Todos aplaudiram de pé o Grande Herói Número 1!

    Não demorou muito para que a premiação passasse a ser uma boa festa com DJ.

    O divertimento era desproporcionalmente divido;

    Kirishima e Denki por exemplo disputavam com o pessoal da turma quem conseguir virar uma garrafa de tequila de uma vez só. Detalhe, debaixo de uma mesa de doces para que não fossem apanhados pelos adultos. Bom, não que tenha sido um plano infalível já que enquanto Denki chegava na metade da garrafa Mirko acertou-lhe uma voadora. Sempre tão delicada. Mal sabiam todos que aquela metade de garrafa ingerida por Denki resultaria em um Kirishima acordado as três da manhã, desintoxicando seu namorado.

    Do outro lado do salão, os professores e alguns heróis bebiam tequila e outros drinks despretensiosamente Conversando, rindo e chorando, lembrando de quando eram jovens e tentavam alcançar o que os jovens de hoje conseguiram. Claro que conseguiram, mas a cena de Katsuki bizarramente tranquilo e emocionado no discurso com certeza os afetou.

    Endeavor curtia a festa ao lado da sua reabilitada esposa e filhos, comemorando o pódio do filho mais novo. Estavam mesmo felizes e sorridentes. Claro que se fosse a um certo tempo atrás, Endeavor preferiria que Todoroki alcançasse o topo do pódio. Mas eram águas passadas. E um pódio não te faz de fato um herói, e agora ele sabia disso.

     Ochaco que ficou em 7º no Ranking estava atracada com Iida em um sofá mais afastados. A descoberta de um novo amor é mesmo surpreendente não é mesmo? Quem a julgaria? Naquela altura do campeonato, estavam todos bêbados e perdidos na diversão.

    De repente sem qualquer prévio aviso a música animada e elétrica passou a ser calma. O que para aqueles que estavam sãos soou como um pedido de dança, que rapidamente obedeceram.

    Os casais que se mantinham de pé rodavam pelo salão, outros aproveitaram para as trocas de carícias. E enquanto isso, Bakugo caminhava na sacada do salão, onde a música um tanto amena ainda alcançava.

    Seus pensamentos eram como turbilhões vorazes e violentos que alimentavam a sua inquietação.

    O último ano foi o mais desafiante de sua vida, e ele agora já não era mais o mesmo. Agora quando ele tem a oportunidade de explodir alguém, ele pelo menos pensa no assunto antes que de fato o faça. Ele também passou a entender mais as pessoas e suas necessidades.

    Debruçado no peitoril ele deslizava seus dedos pela tela de seu celular em busca de um contato familiar e necessitado, Deku com um pequeno coração acompanhando o nome. Ele já pensou em salvar o nome como Amor, mas para ele era muito cliché. Ele então começou a ligar para Deku, e de repente pelas suas costas um som nada estranho tilintava. O toque do telefone do seu namorado.

    Parado ali observando curioso estava Deku, olhando-o de cima a baixo. O que deixou Katsuki desconcertado.

-Você já me elogiou hoje. Nem pense em retirar o elogio.- arqueou suas sobrancelhas loiras.

-Nem se eu quisesse fazer tal coisa. Você é o mais deslumbrante dessa festa Katsuki Bakugo.- Izuku sorriu fraco, tentando esconder a sua vontade de agarrá-lo.

-Me daria a honra de convidá-lo para juntar-se a mim nessa dança Izuku Midoriya?- Katsuki se curvou estendendo sua mão.

-Claro... desde que saiba dançar.

-Acredite Deku não a nada que eu não saiba fazer.

    Os dois começaram uma valsa belíssima pela sacada. A lua alta iluminando os olhos escarlates que incendiavam os olhos esmeraldinos do menor.

-Já disse que seus olhos são lindos?- Izuku perguntou.

-Acha mesmo? Os seus me deixam louco. Cheio de desejo e luxúria.- seu aperto ficou mais forte, enquanto o nariz de ambos roçavam numa provocante dança. -sabe que eu agora posso dizer que o herói número 2 é meu namorado. Vou te exibir feito um chaveirinho.- Katsuki brincou.

-Então pense no que eu posso fazer. Talvez eu fique com o nariz empinado e fique metido e soberbo quando andar com você.- desgarrou do aperto.- Posso desfilar desse jeito e dizer, "Este é o amor da minha vida o herói número 1, abaixem a cabeça vermes".- Izuku desfilou bancando uma pose arrogante. Katsuki o puxou abrupto novamente para o aperto de seus braços, iniciando a dança novamente.

-Diga de novo.- pediu Katsuki.

-O que? Quer que eu refaça essa atuação doida que eu fiz?- gargalhou.

-Não... diga novamente que eu sou o amor da sua vida. Mas antes me responda. Por que votou em mim para herói número 1? era para você ter vencido. Você derrotou o Rei Demônio.

-Seu tolo. Ser herói Kacchan, é muito mais que vencer um super vilão com sede de caos. Entrei numa história falsa de vilania que não havia a necessidade de entrar. Quase morri e quase deixei vocês morrerem várias vezes. E sabe o acontecia enquanto eu tecia uma rede de mentiras? Você não desistia de mim. Eu entrei por contra própria no abismo, e você me estendeu a mão. Me salvou... e de tantas formas diferentes. Você literalmente tentou morrer para me salvar tantas vezes acreditando na minha incapacidade de ser um vilão. Você é um herói, o maior deles. E por esse e outros milhares de motivos, é que você é o amor da minha vida Katsuki.- disse avançando delicadamente sobre os lábios do loiro.

-Eu te amo!

-Eu te amo mais!

    No mesmo momento em que tal cena apaixonante acontecia, uma outra dupla observava-os do andar de cima:

-O Midoriya cresceu.- Mitsuki comentou com uma taça de Bourbon.

-Eu concordo. Ainda me pergunto como isso... isso dos dois aconteceu.- Inko perguntou tomando direto da garrafa.

-A Inko. São jovens e é hora deles descobrirem o que é o amor e aproveitá-lo. Além do mais... ficam lindos juntos.- Mitsuki debruçou no peitoril. - O Izuku faz bem pro Katsuki.

-E o Katsuki faz bem pro Izuku. São mesmo um casalzão da porra! Não diz pro meu filho que eu xingo palavrão. - as duas gargalhavam. - Faz muito tempo que não bebemos assim. Despreocupadas.

-É mesmo libertador. Inko?- Mitsuki chamou.

-Oi.

-O que acha que o destino reserva para todos nós?

-Surpresas. Alegrias. Tristezas. Mistérios. revelações. Lutas. percas. vitórias. O de sempre minha querida amiga. Entediadas não iremos ficar, não com esses dois nas nossas vidas.- sorriu.

-Faz sentido.- ambas se viraram enquanto Mitsuki enchia a taça de Inko com mais Bourbon, e então voltarão a caminhar para dentro do salão.- Mas eu também espero que o destino nos reserve um grandioso casamento. Se não for o seu como Toshinori, pode ser dos nossos filhos.- Mitsuki sorriu empurrando sua melhor amiga.

E assim se encerrou aquela noite. Em amor, álcool e muita festa.


Continua no último capítulo...

𝐕𝐞𝐫𝐝𝐞 𝐞́ 𝐚 𝐜𝐨𝐫 𝐝𝐨 𝐦𝐚𝐥Onde histórias criam vida. Descubra agora