Capítulo 29

651 82 31
                                    

Voltei pra casa na manhã seguinte. Por sorte quando sai do quarto não havia vestígio algum da Maraisa, em canto nenhum da casa. Afinal, tudo que eu não queria naquele momento era encontrá-la e ter que explicar o que eu nem sei como explicar ainda.

Já havia chego em minha casa, bom, na casa da minha mãe. A conhecendo sei que deve estar tomando o seu café da manhã. Pelo horário já está de pé seguindo toda a sua rotina de sempre.

Pego a chave e abro a porta, assim que entro ouço ela me chamar. Sigo até a cozinha e paro um pouco antes de entrar totalmente no ambiente.

— Acordou cedo ou dormiu fora? — Ela diz me olhando.

— Dormi fora.

— Você não toma jeito? Saiu no meio da madrugada, não avisou e ainda dormiu sabe se lá onde. — Ela diz levemente irritada. — Juízo passou longe, minha filha?

— Precisa falar assim comigo? Eu nem bem cheguei... — Faço uma pausa. — E ainda tem visita em casa.

— Não estou com paciência, Marília. Você nunca foi de sair no meio da noite ainda mais sem avisar, eu não sei o que você tá fazendo com a sua vida mas é melhor criar juízo e responsabilidade.

— Mãe!

Coloco a minha mão atrás das minhas costas e faço um sinal a chamo pra se aproximar da cozinha. Na hora que ela aparece ao meu lado todo o clima caótico de sermões daquela manhã parece sumir.

— Ah, Mai.. — Minha mãe diz se levantando e vindo em nossa direção. — Como eu senti saudades de você!

Ela a puxa pra um abraço que não parece ter fim, por momento sinto ciúmes, pois tudo que ganhei quando cheguei foi puxões de orelha, diferente da Maiara.

— Também estava com saudade. — Ela diz a abraçando.

Logo finalizam o abraço. Minha mãe a olha dos pés a cabeça e fixa seus olhos em sua barriga. Automaticamente sua mão desliza pela mesma e ela volta a olhá-la.

— Meu Deus, como tá grande! — Ela faz carinho na barriga da Maiara e me olha. — Vocês passaram a noite juntas?

Olho pra Maiara e a vejo corar, qualquer possibilidade deu mentir havia sido anulada naquele momento. Ela não consegue se quer disfarçar, um pequeno sorriso surge em seus lábios e ela vira o rosto pra que minha mãe não perceba.

— É-é.. a Mai, me mandou mensagem dizendo que estava com desejo de comer algo. Por isso sai na madrugada, só que acabou ficando tarde demais e fiquei por lá... assistindo um filme!

— Filme?! — Ela da risada. — Quem não conhece vocês que as comprem. — Ela se inclina e deposita um beijo na barriga da Mai. — Suas mães não tem jeito, mas elas são incríveis.

— Trouxe um presente pra você! — Maiara diz tirando uma caixinha de sua bolsa.

Fiquei surpresa, pois nem eu se quer sabia da existência daquele presente. Ela me olha e sorri e eu apenas observo. Ela segura a caixinha em sua mão e pega um envelope e entrega pra minha mãe. Ela mais do que depressa abre o mesmo e começa a ler.

Oi vovó. Sei que no momento em que a mamãe Maiara, te entregar esse presente eu não estarei aí ainda... Bom, eu estarei, só que na barriga da mamãe. Muitas e muitas noites a mamãe me disse o quanto sou um bebê sortudo por ter pessoas tão incríveis ao meu lado e uma delas sem dúvidas é a senhora. Eu sei que eu tô chegando de surpresa, já que quando eu resolvi aparecer eu realmente não era esperado, então deixei a mamãe Maiara completamente assustada.
A Mamãe disse que pensou em várias formas de anunciar se sou uma menininha ou um menininho. Mas ela também disse que não teria nada mais especial do que um momento entre vocês. Então vovó, prepare o coração, a casa e a disposição porque o seu pequeno Léo está chegando. Eu te amo e também estou ansioso pra te ver!

Depois da tempestade. - MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora