Capítulo 32

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Marília


Eu havia esquecido completamente que havia marcado um rolê hoje pós show. Quando vi a Dani entrar no camarim me tratando com a maior intimidade a primeira coisa que pensei era que a Maiara odiaria aquilo.

Dito e feito, ela mal deu tempo deu explicar e simplesmente me mandou seguir com meus planos e saiu daqui me deixando sozinha com a Dani.

— Dani, sei que combinei, mas realmente não vai dar.

— Marília...

— Não tem como! A gente marca um outro dia. — Dou um pequeno sorriso e saio atrás da Maiara.

Assim que saio do camarim a vejo entrando em um carro, corro pra poder chegar a tempo e segurar a porta antes de ser fechada.

— Mai..

— Não Marília, não quero atrapalhar os seus planos.

— Você não está atrapalhando. — Entro no carro e me sento ao seu lado. — Vou voltar pro hotel com você!

— Não! Vai sair com a sua amiga ou sabe se lá o que ela realmente é sua!

Ela se vira encarrando a janela em sua frente sem se quer olhar pra mim. Apenas fecho a porta e seguimos até o hotel em total silêncio.

Quando o carro para em frente ao hotel ela sai praticamente correndo de dentro do carro. Eu me privo em falar qualquer coisa, apenas a sigo até seu quarto que já estava reservado e pronto, pois a Paulinha e o Bahia ja haviam resolvido isso.

— Você vai me deixar entrar? — Falo parada em frente a sua porta.

— Você não deveria nem estar aqui! — Ela diz entrando e deixando a porta livra pra eu entrar.

Fecho a porta atrás de mim e fico a olhando. É nítido que ela está com raiva agora, mas não dará o braço a torcer. Me aproximo dela e toco em sua barriga e ela da dois passos pra trás se afastando de mim.

— Uai, não posso tocar em você?

— Eu tô cansada, Marília. Eu quero dormir!

— Você disse que o Léo estava com saudade, então vou ficar com ele!

Ela me olha e revira os olhos e não diz nada. Senta na cama e eu a acompanho.

— Por que você tá brava? — A olho e dou um pequeno sorriso. — Você te com ciúmes, Maiara? — Dou risada.

— Não! — Ela diz se levantando.

Eu a segura pelo braço e a puxo com cuidado pra que ela se sente ao meu lado novamente.

— Você sabe que não me engana, né?

— Pode tirar esse sorriso da sua cara, eu não estou com ciúmes de você. Esquece isso! — Ela diz brava.

— Eu te conheço, Maiara. Isso pra mim é ciúmes!

— Se você quer acreditar nisso! — Ela da de ombros.

— Mai... sério... olha pra mim!

— Diz, Marília!

— Por que você mudou depois que a Dani entrou no camarim? Antes disso você estava bem.

— Pensei na possibilidade de ter sido uma má ideia ter vindo até aqui sem avisar. Pelo jeito você já tinha planos pra sua noite, e eu acabei estragando.

— Vocês são a minha prioridade, Maiara! — Falo a olhando.

— E parece que você era daquela tal de Dani. — Ela revira os olhos assim que pronuncia o nome dela.

— Eu não te entendo. Você não quer voltar comigo, mas não quer me ver com ninguém.

— Aí Marília. Não vamos entrar nesse assunto. Não estou afim. — Ela faz uma pausa. — Eu não te pedi pra ficar comigo e nem pra cancelar seus planos. Tenho certeza que se você ligar falando que está a caminho, ela vai adorar. Faça isso!

Me levando da cama e a encaro.

— É isso que você quer que eu faça? Seja sincera comigo! — Eu a olho e ela fica em um completo silêncio. — Eu já entendi que você não quer nada comigo agora, Mai. E tudo bem. Mas você também precisa saber que numa dessas eu posso encontrar alguém. Eu quero estar com você, eu quero continuar com você, mas a sua insegurança não te deixa avançar comigo.

— Não é tão simplesmente, Marília. Eu não sei se tudo que estamos vivendo é só porque o Léo está a caminho ou se é porque você realmente está disposta a viver isso.

— Cara, o que você quer de mim? O que quer que eu te prove pra você acredita que não é fogo de palha? Eu poderia simplesmente te manter longe de mim e só querer saber do meu filho, mas eu faço questão de estar ao seu lado porque eu simplesmente não consigo ficar longe de você. Eu quero você, eu realmente quero você. E não é só porque o Léo está a caminho, pois eu te queria até antes dele. Quando me pediu pra ir embora, eu fui, mas eu fui querendo ficar. Eu fui pensando em todas as coisas que prometemos viver e realizar. Eu vivi os piores dias da minha vida, mesmo que aparentemente eu parecia bem, já que estava saindo e curtindo. Mas eu só fazia isso pois estava tentando preencher o seu espaço com coisas inúteis. Mas, me dei conta que nada e nem ninguém nesse mundo é capaz de ocupar o seu lugar. — Me sento ao seu lado e seguro em sua mão. — Entenda Maiara, eu posso ter inúmeros defeitos e incerteza mas você nunca será uma delas. Você é a minha certeza e a minha vontade diária. Eu não digo tudo que digo só pensando no filho que vamos ter, mas falo porque sinto, eu falo porque eu... eu te amo!

— Por que você me faz chorar? — Ela se ajeita na cama pra ficar de frente pra mim. — Eu sei que foram dias difíceis, até eu mesmo quis me convencer que sem você era melhor. Mas eu sei que não era.. não foi! Por muitas vezes eu quis te ligar e te procurar. Quis ouvir a sua voz, sentir o seu toque, o seu cheiro, o seu cuidado e ouvir o som da sua gargalhada. Mas eu não conseguia, não conseguia fazer nada disso pois estava tentando levar uma vida da qual você não precisava fazer parte.

— Não precisamos viver assim, separadas mais! Eu estou aqui como sempre estive!

— Eu sei.. — Ela me olha. — Eu te amo, te amo muito mais do que te amava quando você passou por aquela porta e me deixou em nossa casa sem data prevista pra voltar. — Lágrimas escorrendo pelo seu rosto. — Sobre a pergunta que você fez, você já sabe a resposta! É não, é óbvio que eu não quero que você vá curtir a noite com alguém que nitidamente quer terminar na sua cama. Eu quero que você fique, me ame, me mime, me cuide a noite inteira. Eu quero que fique pra que eu sinto seus braços envolvido em meus corpo a noite toda, quero que fique pois você é a última pessoa que quero ver ao dormir e a primeira quando eu acordar. Eu não quero te ver e nem te imaginar com outro alguém.. amando outro alguém, pois, minha vida só funciona quando você está aqui!

Me aproximo e grudo minha testa na sua, olho em seus olhos e grudo os nossos lábios.

— Nem que você me mandasse embora novamente eu iria! Eu não vou, não vou em lugar algum que não tenho você!

Depois da tempestade. - MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora