Capítulo 44

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Marília

Já estávamos no fim do nosso jantar. Apesar do clima agradável e bem romântico por sinal. Percebi que a Maiara passou boa parte da noite meio preocupada. Talvez seja por ter saído e deixado o Léo em casa, bom, acredito nessa possibilidade, pois aparentemente não existe mais motivo algum pra isso.

— Podemos ir? — Ela diz assim que entrega a conta pro garçom.

— Você tá bem? — A olho preocupada. — Você parece nervosa, preocupada com algo. Você tá se sentindo mal?

— N-nao! É só desconforto por nunca ter saído sem o Léo. — Ela da um sorrio sem graça e se levanta. 

Eu apenas a acompanho indo em direção do carro. Chegamos na porta de entrada e nosso carro já está a nossa espera. Abro a porta pra ela entrar e dou a volta pra que eu entre também. Logo dou partida e seguimos até em casa.

Poucas foram as palavras que trocamos no caminho de volta pra casa, o silêncio não incomodava, mas o jeito preocupado dela sim. Não demorou pra que chegássemos em casa. Ela desceu do carro primeiro e seguiu pra dentro de casa. Eu sei do carro, o tranquei e fui logo atrás. Quando entrei ela estava sentada no sofá tirando os seus sapatos.

— Mai, tá tudo bem mesmo? — Falo fechando a porta. — Você parecia animada pro nosso jantar, mas depois começou a ficar entranha. Eu fiz algo que te desagradou?

— Não! — Ela me olha enquanto coloca seus sapatos de lado. — Senta aqui, vamos conversar!

A olhei confusa, pelo tom de sua voz não parecia ser coisa boa. Automaticamente entrei em estado de alerta, mas me aproximei e me sentei ao seu lado.

— Você quer me contar algo?

— Eu tinha um texto todo preparado na minha cabeça, tinha uma cena com o cenário perfeito. Mas acho que não existe algo perfeita pra isso.

— Você tá me deixando preocupada. — Falo nervosa.

— Eu sei que muitas coisas aconteceram entre nós, eu sei que tivemos momentos incríveis, mas também tivemos momentos horrível que eu julguei que seria por esses momentos que jamais conseguiríamos nos relacionar de novo. E não me refiro a algo amorosamente, falo até mesmo em questão de amizade. Mas.. com o tempo eu percebi que tudo que um dia vivemos ia muito além do que a pequena fase ruim que passamos. Eu sei que eu levei muito tempo pra poder conversar com você, pra poder me abrir e dizer o que estava acontecendo na minha vida.. que o Léo estava acontecendo.

— Pequena, isso já passou! — Falo segurando em sua mão.

A olho e vejo seus olhos brilharem, mas são pelas lágrimas que estão se formando no mesmo.

— Eu sei, mas me deixa falar sobre. — Ela aperta a minha mão e me olha. — Eu preciso!

— Tudo bem! Ouvirei cada palavra que você tem a dizer.

— Quando descobri que o Léo estava a caminho, a primeira coisa que pensei foi que eu queria correr pros teus braços e comemorar com você que havíamos conseguido depois de tanto tempo tentando. Mas assim que a ficha caiu, eu me dei conta de que não poderia fazer isso, que não poderia ir até alguém que me disse inúmeras vezes que já não queria construir a família que um dia sonhamos. Você não faz ideia do quanto sofri, do quanto senti e do quanto desejei voltar no tempo. Pois se eu conseguisse voltar, conseguiria ter a Marília de antes, a minha Marília. — Lágrimas começa a escorrer pelo seu rosto. — Você não faz ideia de quantas vezes eu desejei que você voltasse a ser a pessoa por quem eu havia me apaixonado, mas a cada notícia, a cada notificação sobre você que eu recebia, mas eu percebia que você talvez você jamais voltaria a ser a pessoa que eu havia me apaixonado.

Depois da tempestade. - MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora