Capítulo 7

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Maiara

Como de costume agora, acordo e não a encontro na cama. Os dias se passaram, já estamos a quase um mês nessa mesma situação. Tem dias que são incríveis e que parecemos voltar ao que sempre costumamos ser, mas, tem outros em que parecemos completas desconhecidas e isso ainda mexe comigo.

Eu tenho total noção de que sinto falta dela mesmo a tento ao meu lado na maior parte do tempo. Mas, ela parece viver em outro mundo, numa bolha apenas dela que chega quase a ser impossível penetrar.

Sinto meu celular vibrando ao lado da cama e saio de meus pensamento estendemos a mão pra pega-lo. Assim que olha pra ele vejo a foto do dia do nosso casamento. A sensação que tenho ao olhá-la é a mesma que senti ao ver ela me esperando no altar. Sinto falta de nós, meu amor.

O pior de tudo isso é a incerteza de que conseguiremos passar por isso é no final acabaremos juntas. Eu não tenho essa certeza e pra ser sincera eu não tenho certeza alguma. Tudo é muito incerto, instável... estamos realmente vivendo um dia de cada vez e deixando com que o tempo se encarregue de todo o resto.

Eu ainda me pego as vezes por aí pensando em toda situação e me culpando de alguma forma. É horrível, eu sei. Talvez eu não deveria agir dessa forma e nem me sentir dessa forma, mas acho que no fundo até mesmo a Marília pensa assim. Eu vejo que a Marília tem tentado do jeito dela, mas ela se desestabiliza com facilidade sempre que o assunto é família e filhos. O que me faz pensar em que jamais conseguiremos falar sobre e jamais tentaremos outra vez.

Sempre ouvi que quando estamos em um relacionamento é necessário ceder algumas vezes, mas isso não é negociável. Nunca foi, ela sempre soube. De lá pra cá nada mudou.

...

Desço as escadas e a encontro sentada no sofá vidrada em seu iPad. Me aproximo e abraço pelo pescoço depositando um beijo em seu rosto. Ela me olha de lado e da um leve sorriso.

— Acordou cedo? — Me solto de seu corpo, doutor a volta no sofá e sento ao seu lado.

— Acordei. Tinha umas coisas pra resolver.. — Ela me olha rapidamente e logo volta a atenção pro que estava fazendo antes.

— Senti sua falta na cama.. — Confesso e percebo que estou um pouco envergonhada. O que acaba me assustando. Nunca senti vergonha de falar o que sinto pra ela.

— Não quis te acordar, você parecia está dormindo bem. Então, preferi sair do quarto e te deixar dormindo um pouco mais.

— Posso saber o que tá resolvendo?

Ela me olha desconfiada, me encara por alguns segundos até que fale algo.

— Quer saber se estou conversando com outra pessoa? — Ela me olha seria e eu sinto a tensão pairar no ar.

— Não Marília... Nossa. — Me levanto do sofá e me viro pra sair. Mas, sinto sua mão segurar em meu pulso e me puxar de volta.

— Péssimo humor, Carla! — Ela diz sorrindo. — Péssimo!

— Você me irrita, Marília. — Puxo meu braço de sua mão e a olho.

— Estou vendo algumas músicas pra repertório novo. Precisava separar algumas hoje pra depois ouvi-las.

— Já nem quero saber mais. — Dou de ombros. — Vou comer algo, estou morrendo de fome.

Me levando e saio a caminho da cozinha...

— Ciumenta. — Ela sussurra.

Ouço bem lá no fundo me viro e a olho, balanço a cabeça em sinal de negativo e continuo andando. Chego na cozinho e vejo a mesa do almoço posto. Achei que acordaria mais cedo hoje, mas acabo perdendo o horário outra vez.

Depois da tempestade. - MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora