Capítulo 37

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Maiara

Estamos prestes a sair de casa quando ouço passos na escada.

— Onde vocês pensam que vão sem me avisar? — Maraisa diz nos olhando.

— Marília quer que eu vá em um lugar que eu ainda não sei com ela.

— Marília. — Ela a chama e a Marília a olha. — Eu tô de olho em você, nada de fazer ela passar raiva!

— Relaxa Isa, ela está em boas mãos. — Pisca.

— Se ela não for legal eu prometo te avisar! — Falo a olhando. — Te amo!

— Amo vocês, juízo e nada de grandes emoções!

Fecho a porta e caminho até o carro da Marilia. Ela abre a porta pra que eu entre no mesmo.

— Isso tudo é pelo o stress de ontem? — Falo rindo.

— Fiquei traumatizada! — Ela diz rindo e logo fecha a porta.

Ela da a volta no carro e logo entra no mesmo, me olha algumas vezes até da partida em seu carro. Olho em volta e reconheço todo o trajeto, não havíamos saído do condomínio e o a rota que ela estava fazendo dava no lugar onde costumávamos chamar de nosso lar. Ela para o carro no estacionamento da casa e desliga o motor.

— O que a gente tá fazendo aqui?

— Você tá toda bonita, preciso trocar de roupa pra ficar a sua altura. — Ela diz descendo do carro.

Ela da a volta no mesmo e abre a porta ao meu lado.

— Não era mais fácil ir até a sua mãe? — Seguro em sua mão e desço do carro.

— Não, porque a casa que costumava ser nossa é mais perto da sua irmã.

Ela da de ombros e caminha até a porta, eu apenas a sigo. Entramos e vou até o sofá pra me sentar e pra esperar ela se arrumar pra então sairmos em direção de sabe se lá qual.

— Mai, pode me ajudar com uma coisa? — Ela diz parada na beirada da escada. — Eu sei que deve está cansada, mas é que eu gostaria muito.

— Sério? — A olho sem interesse algum em levantar e ir com ela.

— Por favorzinho! — Ela me olha implorando e eu apenas concordo.

Subimos as escadas e passamos pelo o quarto que costumava ser nosso, achei que ela iria parar mas ela continuou andando até o próximo quarto.

— Achei que você queria que eu te ajudasse com algo no nosso quarto. — A olho confusa.

Ela pare em frente a porta e segura na maçaneta. Me olha por alguns segundos e eu começo a ficar levemente preocupada.

— Vem cá! — Ela diz estendendo a mão pra que eu segure na dela. — Você tá bem né?

— Você tá me deixando nervosa! — Falo segurando a sua mão e a olhando.

— Ok! — Ela se afasta um pouquinho me posiciona  na frente da porta. — Quando quiser! — Ela diz apontando pra maçaneta.

Eu estico minha mão até a porta e seguro, respiro fundo nervosa pois não sabia o que poderia me esperar quando abrisse aquela porta. A olho algumas vezes e ela apenas concorda com a cabeça, então giro a maçaneta e abro a porta com cuidado.

Me deparo com um quarto totalmente diferente do que costumava ser quando ainda morávamos aqui. Era nítido que aquele quarto havia passado por uma reforma. Antes era apenas mais um quarto de hóspede mas agora era diferente, havia mais significados naquele pequeno ambiente.

Tudo era tão lindo, o tema de Safari que ela havia escolhido, as pequenas montanhas com led atrás da pequena cômoda com o trocador encostado na parede. O berço em madeira lindo, com muitos leãozinhos, os nichos na parede com mais bichinhos e com o nome do Léo. O pendente da luz com um pequeno macaco pendurado, que é a coisa mais fofa. Eu vejo tudo, observo tudo, toco em tudo!

— Marília.. — Falo entre o choro. — Você fez isso?

— Fiz! — Ela se aproxima e segura na minha mão. — Eu queria muito que ele tivesse um lugar dele aqui. É importante pra mim!

— Você pensou em tudo? Em cada detalhe? — Olho em volta mais uma vez. — Tem até uma cama aqui, uma poltrona de amamentação. — A olho. — Marília, eu não tenho nem palavras.

— Eu sei que acabei fazendo você passe raiva nos últimos dias. Que fiquei um pouco ausente e que dei a entender estava com alguém. Mas, não foi por esse motivo. Todo o motivo do meu sumiço está concentrado nesse quarto. Eu nunca imaginei que isso levaria tanto tempo. Eu pensei em cada detalhe, pensei no que você também gostaria, tentei juntar a minha ideia com as ideias que você dava antes mesmo de saber que teríamos um filho.

— Apesar de me tirar muitas vezes do sério, você é uma das pessoas mais incríveis que eu conheço. — Me viro pra olhá-la. — Eu quis te bater muitas vezes, quis te expulsar da minha vida e pedir pra não voltar, quis limitar nossa relação ao Léo e nada mais que isso. Mas, sei que seria injusta comigo, com você e com ele se fizesse isso. Você será uma mãe incrível, eu não tenho dúvidas disso. Léo, tem muita sorte de ter você. — A abraço e dou um beijo em seu rosto.

— Não fiz só por ele.. fiz por você.. por nós. Esse lugar costumava ser o nosso lar, nós amamos e fomos muito felizes aqui. Eu não sei o que o futuro nos reserva, mas eu quero que ele tenha um lugar pra chamar de lar, pra voltar quando as coisas ficarem difíceis, um lugar pra ele se sentir seguro. — Ela faz uma pausa e me olha. — Eu sei que tem a casa de Maraisa e será tão incrível quanto. Mas, quando idealizamos construir a nossa família estávamos aqui, e muitas vezes as conversar sobre o futuro foi nesse lugar, onde viajávamos em pensamento, pensando quando ele seria habitado por um ser pequenininho que se tornaria a nossa vida todinha.

— E agora será! — Falo a olhando

— Será. — Ela sorri

— Marília.. não... é sério!— Falo a encarando levemente preocupada.

— Eu sei que é sério, Mai. Não vejo a hora desse momento chegar.  — Ela me olha com atenção.

— Eu espero muito que você esteja preparada... AGORA!

— O QUE? — Ela me olha confusa.

— ACHO QUE A MINH MA BOLSA ESTOUROU!

— QUE? Espera!

— Eu espero, mas acho que o Léo não! — Olho pro chão onde havia se formado uma pequena poça d'água. — ELE VAI NASCER!

Depois da tempestade. - MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora