Capítulo 3

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Mel

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Mel

Definitivamente não tem comparação. A vida adulta longe dos pais é completamente louca e eu só descobri isso há poucas semanas convivendo com os meus novos amigos e claro que a Abby fez questão de me mostrar que não temos limites. Mas relaxe, as nossas saídas e curtições em nada tem interferido nas minhas notas. Eu jamais permitiria que isso acontecesse. O fato é que eu estou gostando de ter um pouquinho de liberdade e aprendendo a beber de um jeito divertido e descontraído com eles, coisa que só fazia com o meu pai a beira de uma fogueira nos fins de tarde na praia, porém, de forma bem contida. Sair para dançar? Não, a primeira vez aconteceu bem aqui e juro que nas primeiras horas até bateu um sentimento de culpa. Nossa, acredita que eu quis ligar para casa pra pedir desculpas para eles? Mas logo após o meu segundo copo de cerveja eu já era a alegria em pessoa e me esqueci completamente da ousadia de sair do meu quarto quentinho, de largar todos aqueles livros grossos e cheios de leis e me afundei no álcool. Devo admitir que eu tive muito sorte, a final encontrar amigos descolados e divertidos com notas exemplares é um achado. É ou, não é? Contudo, isso não tem me ajudado com o outro lado da civilização. Sabe, aquela cheia de regalias, de pessoinhas bem-vestidas e metidas a merda, e ainda bem-vistas pela maioria dos acadêmicos? Sério, eu não aguento mais aquela capivara lustrosa pegando no pé! Me fazer tropeçar e cair ali na frente de todos foi a gota d'água e eu preciso armar uma para ela sem ser levada para a diretoria. Outra advertência com certeza mancharia o meu currículo

— Ai! — resmungo dolorosamente quando a Abby desliza um lenço molhado no meu joelho arranhado.

— Desculpa, amiga, mas precisamos limpar isso aqui direito! — Sabe o que foi mais constrangedor? Ter que ficar de quatro perto daquela maldita gangue. De verdade, por que os bonitinhos têm sempre que escolher o lado errado da história?

— Vamos, estamos em cima do horário! — resmungo saltando de cima do balcão do banheiro feminino e ajeito os meus livros nos braços.

— Alguém devia dar uma lição naquela garota. — Abby retruca e logo entramos no corredor cheio de alunos. Ela tem razão, para derrubar uma valentona do seu pedestal é preciso ter outra valentona por perto e eu estou disposta a tudo para me tornar a pessoa que vai derrubá-la. Mas para isso eu preciso me tornar popular e chegar o mais perto possível do seu terreno. Mas como?

Debater sobre direitos penais com o professor dentro de uma sala de aula cheia de estudantes me desligou um pouco dos meus problemas de socialização e cara, eu mergulhei de cabeça no assunto e para a minha total e ampla felicidade fui o destaque da aula de hoje. Lembra daquela história de ser o centro das atenções? Pois é, isso foi completamente diferente. Foi ousado, tenso e ao mesmo tempo revigorante, porém, teve um lado um tanto negativo. Sempre tem! A gangue da capivara, aquelas que ocupa os fundos da sala agora me chama de a juíza da pobreza. Oh inferno! Definitivamente eu preciso dar um basta nisso. Com o fim do primeiro horário, resolvemos não ir para o refeitório e almoçamos na lanchonete do Claus. Cara, o hamburguer desse lugar é mesmo viciante e que a dona Lisa Jones – a minha mãe nem sonhe que eu troquei uma refeição saudável por essas porcarias! Na mesa, os meus amigos só sabiam falar de uma coisa: a festa dos calouros. É claro que eu ficarei bem longe disso. Quem sabe o que eles estão planejando para os recém chegados? O meu pai sempre me contou sobre essas pegadinhas e que por muitas vezes levaram alguns estudantes para a enfermaria. Com certeza eu não serei um deles.

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