Capítulo 15

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Aiden

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Aiden

— E aí, cara, vamos viajar? — Escuto a rapaziada da quebrada dizer com a alegria da alucinação das drogas. Eu sempre me perguntei se elas podiam me ajudar. Até que um dia comprei uma pequena quantidade. Era tão insignificante que até cogitei usar de uma só vez, mas tia Lina a descobriu escondida nas minhas coisas e as suas palavras naquele dia foram como lâminas afiadas penetrando o meu coração. No final do seu sermão ela me perguntou se eu queria me transformar em um zumbi. Um ser oco e sem vida, e assustado apenas meneei minha cabeça fazendo não. Caramba, eu tinha um pouco mais de quinze anos e jamais me esquecerei disso. Lembro-me que jurei para ela nunca chegar perto disso, mas agora me parece tão certo. Consternado, ergo a cabeça para o céu que já começa a clarear.

Melissa, será que ela... Que droga, Aiden você não pode! Respiro fundo e penso que ela pode ser o meu porto seguro agora, mas não é justo carregá-la para as minhas merdas.

— Eu não vou conseguir! — falo esfregando os olhos e solto outra respiração audível. — Que se foda! — rosno e ligo o motor da moto, guiando-a direto para o seu prédio. — O que você está fazendo, seu imbecil? — Penso em desistir, mas continuo o meu caminho até finalmente parar em frente ao dormitório. — Mel, eu preciso de um favor muito, muito importante. Será que você pode vir comigo para o velório da minha... Merda, assim fica bem apelativo e a última coisa que eu quero é que ela sinta pena de mim! — Desço da moto e fico andando de um lado para o outro do pátio. Paro e fito a entrada em um misto de receio e de ansiedade. — Melissa, eu sei que combinamos de ir para a sua cidade, mas aconteceu uma coisa e... Você é um merda, Aiden Cole! — rosno puto da vida e subo na moto, saindo dali covardemente. Não é justo acabar com o seu feriado com a sua família para trazê-la para o meu mundo fodido! Eu preciso enfrentar os meus medos sozinho, preciso dá o último adeus para ela e seguir em frente, e estou perdendo o meu tempo aqui. Minutos depois entro em casa, jogo algumas roupas dentro de uma mochila e me preparo para sair. Penso que devo chegar na Pensilvânia na parte da tarde. Contudo, antes de sair deixo uma mensagem avisando para Adelaide.

No meio do caminho desvio da BR e vou direto para o dormitório. Eu preciso me desculpar com ela, a final, combinei de irmos para Cape May passar o feriado e me encho de coragem para finalmente entrar no prédio. Bato algumas vezes na sua porta, aguardo impacientemente, mas nada acontece. Olho as horas. Merda, já passa das oito, ela já deve estar a caminho da rodoviária! Saio apressado do dormitório e subo na moto. Como não me atentei ao horário? Não demora e estaciono perto do meio fio, passo pelas portas largas e corro pela ampla e movimentada rodoviária a sua procura, porém, paro bruscamente quando a vejo conversando no meio da fila com Ethan. Confuso, franzo a testa e caminho na direção dos dois.

— Mas o quê?! — rosno me sentindo dormente quando ele a beija e puto fecho as mãos em punho, apressando os meus passos. Assim que me aproximo não seguro o rosnado alto e o puxo violentamente para longe dela, socando o seu rosto com tanta raiva que ele cai no chão. — Seu filho da puta! — Solto um rugido feroz indo para cima dele e na minha fúria começo a dar uma sequência de socos. De repente é como se o mundo se fechasse ao meu redor abafando todos os seus sons e tirando toda a minha visão periférica. Tudo está vermelho na minha frente e um gosto metálico preenche o meu paladar.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora